A Justiça e a Política
Quando os políticos se servem da Justiça para o combate político não podem admirar-se de que a Justiça utilize esse combate, em benefício próprio, instrumentalizando os seus exóticos sindicatos.
O PCP, o BE, o PS, o próprio PR e o presidente da AR estão
dispostos a inverter o ónus da prova em Direito Penal, fragilizando o Estado de
direito democrático para responder ao clamor da populaça acirrada pelos média.
É a capitulação imposta pelo sindicalista que preside à ASJP, a obrigar os
partidos a legislar como pretende.
Quem anda atento, nota os rumores, suspeitas e investigações
sobre eventuais crimes de corrupção de políticos a aumentarem exponencialmente
em anos eleitorais, com redobrado eco nos média do costume e nos comentadores à
solta e sem vergonha.
Não surpreende, pois, que a Câmara de Lisboa, ainda sem
arguidos, já tenha servido ao candidato do PSD para enxovalhar o presidente
que, aliás, mereceu, por ter ele próprio aproveitado a operação Marquês para um
ato pusilânime de demagogia.
Agora, é esperar para ver quem se emporcalha mais, com
deputados do PSD, PS, CDS e BE suspeitos de moradas falsas para arredondarem os
vencimentos.
E hão de voltar à tona os esqueletos que ficaram sem
autópsia, como as ações da SLN, onde Cavaco Silva e filha conseguiram pingues
mais-valias na venda a Oliveira e Costa, se acaso pagaram a compra; a permuta
da vivenda Mariani pela Gaivota Azul; as verbas que Miguel Relvas deu à
Tecnoforma, de Passos Coelho, e cuja devolução a UE exigiu; os submarinos de
Paulo Portas que a PGR, Joana Marques Vidal, com provas alemãs de suborno, nunca
averiguou, apesar de admitir fazê-lo.
Enfim, há de voltar a falar-se da herança ética de Dias
Loureiro, Duarte Lima, Oliveira e Costa e Arlindo de Carvalho que Carlos Moedas
varreu anteontem para baixo do tapete.
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