Notas Soltas – abril/2021
Moçambique – A tragédia do terrorismo em Cabo Delgado, que já assassinou milhares de pessoas e provocou 700 mil deslocados, não é apenas mais um episódio da demência do Estado Islâmico, é uma crueldade global que os países civilizados devem erradicar.
Movimentos anti-vacinas – Nascidos na
extrema-direita, são os alfobres de intoxicação com que se faz guerrilha
terrorista contra o único método capaz de vencer a pandemia, a maior tragédia
sanitária da Humanidade desde há um século.
Brasil – A restituição dos direitos políticos a Lula
da Silva e o desmascaramento do juiz venal que o perseguiu não garantem o
caminho para a democracia. Os quartéis estão de prevenção contra os resultados
de eleições que afastem a matriz neoliberal do Estado.
EUA – A eleição de Joe Biden pôs termo ao golpe de
Estado, que esteve em preparação, e reconduziu o país ao modelo democrático,
discutível, mas previsível. Surpreende que os mais contundentes ataques a Biden
venham de setores europeus ditos de esquerda.
Jorge Coelho – Vítima de ataque cardíaco, aos 66
anos, a morte do antigo governante e figura singular do PS deixou um exemplo raro
de devoção à causa pública e aos ideais republicanos, laicos e democráticos que
serviu com dignidade, abnegação e inteligência.
Turquia – O incidente que
ofendeu Ursula von der Leyen, pres. da Comissão Europeia, revelou a cobardia de
Charles Michel, pres. do Conselho Europeu e a canalhice do beato islamita que
considera qualquer mulher indigna de se sentar ao lado dos homens.
Sócrates – Quando se viola o segredo de Justiça, se
julgam pessoas na praça pública, se desprezam direitos, liberdades e garantias,
onde o ódio e a paixão geram certezas, sinto que sou o único português sem
opinião sobre a inocência ou culpabilidade do arguido.
Irlanda do Norte – A frustração dos unionistas fez
estalar a violência nas ruas, com 55 polícias feridos e avultados danos materiais
provocados pelas consequências do Brexit e desolação face à pandemia. O efeito
secundário do Brexit surpreendeu Boris Johnson.
Ucrânia – Já há sinais de guerra entre a Rússia e Ucrânia.
Aumentam as forças militares na fronteira comum e a presença militar dos EUA na
zona. Agravou-se o foco de tensão mundial com o anúncio de vasos de guerra
americanos a caminho do Mar Negro.
OMS – A Organização Mundial da Saúde alertou para o
aumento de casos de covid-19 em sete semanas consecutivas e do número de mortes
em quatro semanas, sublinhando que a pandemia "está a crescer
exponencialmente", e as condutas de risco mantêm-se.
Japão – Em clima de tensão dos EUA com a Rússia e de
guerra comercial com a China, assume especial significado Biden destinar a
primeira receção, em Washington, ao PM japonês. É a geoestratégia a deslocar-se
para o Pacífico e Tóquio a substituir a Europa.
Covid-19 – Ao ultrapassar os 3 milhões de mortes, a
pandemia destruiu os empregos, a economia e a esperança, enquanto cresceram o
número de milionários e de pobres, se agravaram as desigualdades sociais e o
terrorismo psicológico combateu as vacinas.
H. Gouveia e Melo – O Almirante, coordenador do
bem-sucedido e exemplar plano de vacinação, emergiu como uma personalidade
obstinada e de rara determinação para ser o rosto do êxito nacional da campanha
de vacinação na guerra contra a pandemia.
Telma Monteiro – A simpática atleta de 35 anos, ao
tornar-se a judoca europeia mais medalhada de sempre, aumentou o motivo de
orgulho do País onde os média procuram dar uma ideia de que tudo é mau num país
com motivos sólidos de regozijo.
Vítor Cardoso – O Físico português (IST) recebeu uma
bolsa de 5,3 milhões de euros na Dinamarca para criar um grupo de investigação
no Instituto Niels Bohr, da Univ. de Copenhaga, mantendo o seu grupo de
investigação em Lisboa. É razão de orgulho.
Clima – Indicadores e impactos agravaram-se em 2020,
um dos três anos mais quentes de sempre, e a Covid-19 só piorou a economia, não
as concentrações de gases, segundo o relatório da Organização Meteorológica
Mundial (OMM), organismo da ONU. O mundo está à bira do abismo, como referiu
António Guterres.
PR – O discurso do 25 de Abril, imaculado na forma e
exemplar no conteúdo, provou a imprescindibilidade da direita democrática para
uma alternativa governamental e dique contra a ressurreição do fascismo que
aflora um pouco por todo o mundo.
25 de Abril – A data libertadora continua um desafio
para mais democracia, no campo económico, social e político, com mais respeito
pelo ambiente. A AR esteve à altura da comemoração, mesmo com um cravo branco
da indiferença e o negro do fascismo.
Arménia – O reconhecimento americano, pela primeira
vez, do genocídio arménio de 1915, por Joe Biden, fez justiça às vítimas contra
o aliado pouco respeitável, a Turquia, que usa o nacionalismo islâmico para
esmagar a democracia e, agora, o povo curdo.
Mediterrâneo – O mar entre a Europa, África e Ásia continua
o cemitério de quem foge às guerras civis, à fome e ao medo. Há anos, ainda se
sentia a piedade europeia na defesa das suas vidas; hoje, a pandemia, parece
ter-nos tornado indiferentes.
União Europeia – A aprovação do Acordo de Comércio e
Cooperação entre U. E. e o R. U. no Parlamento Europeu foi essencial para
minimizar o desastre do Brexit nos dois lados do Canal da Mancha. O R.U. e a
U.E. estão condenados a entender-se. Ainda bem.
Comentários