Rui Rio e o Movimento Europa e Liberdade (MEL)
Alvo de uma advertência, o presidente do PSD é o primeiro líder social-democrata alvo de uma sanção pelo Conselho de Jurisdição Nacional do seu próprio partido.
Não vem ao caso o facto de o PSD desconfiar da democracia representativa
e desprezar a liberdade de consciência dos seus deputados na legalização da
eutanásia, exigindo um referendo para sufragar direitos individuais.
A verdade é que este PSD afrontou o líder que representou,
depois de Passos Coelho, a esperança que Marcelo levou a Belém depois do negro
consulado cavaquista.
Bastavam os erros próprios e as traições internas para
tornar Rui Rio um líder cauto e diferente, capaz de selecionar melhor os
colaboradores e de não se comprometer com a extrema-direita.
O MEL é o albergue espanhol onde se reúne a pior direita com
a direita tradicional e os seus acólitos liberais do PS, Luís Amado e Sérgio
Sousa Pinto, o último numa frenética viagem onde renega o passado à espera de futuro.
Rui Rio, em termos políticos, foi infeliz na normalização do
partido fascista nos Açores, e reincidiu no eufórico regozijo do que considerou
a vitória contra o PCP pelo seu maior adversário, independentemente de qualquer
sucessor não o enjeitar como muleta.
Quando uma sentença exemplar da juíza que transformou a
imagem do líder fascista, de herói dos salazaristas em delinquente, Rio, com a
sua presença, deu palco ao adversário que lhe leva os eleitores.
É um erro de que não mais recuperará. Na reunião do MEL até o
ora catedrático, Passos Coelho, mereceu maior atenção mediática e foram mais
sonoras as críticas que o líder fascista e o da IL lhe dirigiram do que o eco
da sua comunicação. Deveria ter isolado a extrema-direita e não o fez. Foi a oportunidade
perdida de quem, no passado, provou ter coragem.
Depois de o PR, na pele de comentador de largo espetro, se
ter referido ao líder do PSD que emergir das eleições autárquicas, de um bando
de alegados independentes, o irmão do PR incluído, ter dado o apoio que lhe
negam ao candidato à Câmara de Lisboa, Rio sairá da liderança sem ter reconduzido
o PSD à herança de Sá Carneiro nem higienizado o espaço da direita democrática.
É a vida!
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