Viva o 1.º de Maio!
No 1.º de Maio, há 47 anos, estive ali. Fui um entre a maior multidão que alguma vez me envolveu. Foi o primeiro 1.º de Maio da minha vida, em liberdade, com a exaltante moldura de 1 milhão de portugueses.
Enterneci-me e vibrei. Jamais esquecerei aquele dia mágico, a
degustar a liberdade e o sabor da democracia.
O MFA foi a força motora do entusiasmo, a inspiração de
todos os sonhos, a referência emblemática para todas as transformações, o algoz
da ditadura e arauto da democracia. Foi a festa da liberdade numa jornada de
emoções fortes e solidariedade.
O feriado do 1.º de Maio, em Portugal, renasceu ali, tardio,
exuberante, no rescaldo da ditadura fascista, com abril fresco de cravos e maio
florido de sonhos, nos discursos de sindicalistas a que se seguiram os de Francisco
Pereira de Moura, Nuno Teotónio Pereira, Mário Soares e Álvaro Cunhal.
Éramos mais, muitos, muitos mais do que os 500 mil que em
1886, em Chicago, deram origem e significado à data que nesse dia se festejou
em Portugal.
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