M – O PR 14 O sacristão
M. – O PR, incapaz de suportar uma decisão do Tribunal Constitucional onde o pudor se impusesse, resolveu devolver à AR a lei sobre a morte medicamente assistida antes de ver declarada a sua constitucionalidade.
M. – O PR também não aceitou a lei da despenalização da IVG, nem para mulheres com fetos teratogénicos, violadas ou com risco de vida. Marcelo é a voz das sacristias que abafa o humanismo cristão.
M. – O PR fez o seu tirocínio político no seio da União Nacional, com ativo repúdio dos princípios republicanos, defensores dos direitos individuais. É o marcelista que sucedeu ao salazarista Cavaco, a versão urbana do antecessor, o reacionário que ganha tempo à espera da alteração da correlação de forças partidárias, que promove, e da cumplicidade dos beatos.
M. – O PR não teve uma palavra pública de solidariedade para com o amigo do peito e da hóstia, António Guterres, espiado pelos seus amigos do Eixo do Bem, mas sobra-lhe o ânimo para se opor aos que estão em sofrimento intolerável e já não suportam viver.
No maquiavelismo da moral de sacristia, o misógino, indiferente às dores da gravidez insuportável, é agora o carrasco de vidas sem futuro e em inaudito sofrimento.
A AR não pode tolerar que M. – O PR desrespeite a sua vontade e imponha aos que sofrem os preconceitos e a maldade do beato.
É altura de a AR se fazer respeitar.
Comentários
Sentindo-se vencido quanto à constitucionalidade da lei, espera ansiosamente que a AR confirme a lei (de preferência sem que esta proceda às clarificações por si exigidas), para afirmar hipocritamente (como quem “tira o cavalinho da chuva” diante dos seus “compagnons de route” da direita) de que foi obrigado a promulgá-la.
É isso mesmo.