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A mostrar mensagens de agosto, 2023

M. – O PR (34) Das condecorações à Universidade de Verão do PSD (UV’23)

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M. – O PR nasceu “integrado na ordem social estabelecida pela Constituição de 1933, com ativo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas”, e foi fiel ao berço. M. – O PR, monárquico e conservador, sagaz e dissimulado, chegou a PR, e esforçou-se por fazer pela via democrática o branqueamento da ditadura. No dia em que Cavaco trespassou o alvará das veneras, M. – O PR condecorou-o com o mais alto grau da Ordem da Liberdade, sendo a liberdade direito que nunca reclamou. M. – O PR atribuiu-lhe ainda o mais alto grau da Ordem do Infante D. Henrique, talvez pela viagem marítima às Ilhas Selvagens para observar cagarras. Essa venera foi-lhe outorgada na sequência do 40.º Congresso do PSD, já com o líder que ambos louvaram. M. – O PR nem evitou uma insólita declaração, durante a viagem ao Brasil: «O novo líder do PSD, Luís Montenegro, iniciou uma "maior aproximação ao Presidente da República" e abriu caminho para "uma colaboração especial"».!!! Marques Mendes, Co

Curiosidade

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Enquanto a oposição de direita deixa o lugar vazio ao PR para a exibição narcisista, uma estranha cumplicidade de interesses divergentes desgasta o Governo e deixa à solta M. – O PR que, hoje mesmo, comete a torpeza de estar presente numa manifestação do PSD. Apesar de tudo, o Governo ainda continua a averbar vitórias até à derrota final para que M. – O PR conseguirá.

M. – O PR (33) – A corrida a Belém

Os portugueses já se esqueceram da proposta de M. – O PR para a sua substituição no palácio de Belém, mal frequentado há quase duas décadas. Propôs ao eleitorado Durão Barroso, cúmplice da invasão do Iraque. Indicou então o ex-presidente da CE, «agora disponível (CEO do Goldman Sachs) para a política do País». M. – O PR joga sempre em vários cenários. Não é um construtor de pontes, é intriguista maquiavélico que se diverte a jogar xadrez, alheio aos interesses do País. Agora, depois de Santana Lopes se ter proposto para o cargo, “não há no centro direita e direita ninguém com melhor currículo do que o meu», confundindo cadastro e currículo, veio Marques Mendes, alter ego de M. – O PR: “se eu vir que tem alguma utilidade uma candidatura minha…”, também disposto a passar de comentador a inquilino de Belém. Falta ainda Paulo Portas e outros que, a seu tempo, se julgarão com mérito para o cargo, o que não é difícil depois de Cavaco ter baixado tanto a fasquia e de Passos Coelho ser

M. – O PR 32 Marcelo e a instabilidade política

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M. – O PR é consagrado constitucionalista não praticante e, salvo o respeito devido ao PR, usurpa grosseiramente poderes e, no exuberante exibicionismo, perturba o regular funcionamento das instituições, e torna insuportável a convivência com o Governo. A necessidade de M. – O PR estar sempre no palco mediático leva-o a comentar todos os assuntos e, por isso, a pronunciar-se sobre questões que não são da sua competência ou que interferem gravemente na governação e na vida partidária. O País pode consentir-lhe viagens erráticas ao estrangeiro, quando a política externa é reserva exclusiva do governo, mas dificilmente pode o Governo abdicar de manifestar a sua posição através do MNE que geralmente o acompanha, por questões protocolares, e tem de suportar-lhe a opinião para que lhe mingua competência legal. Pode ainda consentir a M. – O PR que altere as fronteiras do Minho a Timor, encurtadas depois do “nosso ultramar infelizmente perdido” para as fronteiras da Ucrânia em tirada retórica

M. – O PR 31 – Ir em busca de lã e voltar tosquiado – Que belo 31!

M. – O PR não para de surpreender. Foi a Kiev presidir às cerimónias da independência a pretexto de uma alta condecoração que queria dependurar no pescoço de Zelensky. M. – O PR reuniu enorme comitiva para abanar o PR ucraniano, apresentar-lhe Pacheco Pereira e Luís Delgado, prometer-lhe apoio militar na desminagem do Mar Negro e tirar fotos numa antiga trincheira e nas ruas de Kiev onde trocou o Moscatel por cerveja. M. – O PR, obstinado a promover a sua imagem, a expensas do erário público, contando com a conivência dos média, não hesita perante as dificuldades que a defesa da imagem dos outros pode acarretar-lhe. M. – O PR podia recordar-se de Bolsonaro, que o humilhou três vezes no Brasil, onde o anfitrião rapidamente o despachou na tomada de posse e recusou o encontro posterior em duas ocasiões. M. – O PR terá sido informado, ainda em Lisboa, de que Zelensky não aceita nenhuma condecoração em tempo de guerra, porque o “esforço é de todo o povo ucraniano”. Ele também precis

M. – O PR 30 – líder da oposição de direita

O País arde desregradamente enquanto M – O PR incinera metodicamente o Governo e o PS. A oposição de direita, única candidata ao poder, só se revê no líder que não dorme, não se cansa e em cada dia se reinventa em encenações criativas e insólitas conversas em família. A empatia de M. – O PR com os média, em contraste com Cavaco, é a receita para ele preparar a vitória eleitoral do PSD e a aliança com o partido neofascista. M. – O PR só se engana quando pensa que o País é uma sacristia e exige falar de coisas importantes, v. g. o futebol, quando estão em causa as denúncias aos padres da diocese a cujo bispo beija a mão. Aí derrapa na compostura e na ética fabricada ao arrepio da fé. O delfim Moedas, mostrado urbi et orbi nas JMJ, também claudicou na peregrina ideia de dar o nome de um bispo suspeito de proteger padres pedófilos a uma ponte pedonal. Não conseguiu a benevolência dos média para conquistar novos eleitores. M. – O PR obteve êxito assinalável no pacote da habitação,
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                                 Cartune de Onofre Varella
  Da  C iência e  da  Religião Por Onofre Varela Falar de Ciência e de Religião é como falar de chá e de vinho. Não são a mesma coisa… mas ambos contêm água! O leitor mais avisado,  seja  religioso,  agnóstico ou ateu,   que não detenha um pensamento  fundamentalista  e pretenda ser  coerente com as coisas  que a o mundo  e ao Homem perten ce m ,  saberá  que desde a origem da Humanidade surgiram tantas religiões como idiomas; umas cem mil…  e  todas elas  sempre  foram  afirmadas como  únicas e verdadeiras. E  também  poderá apontar  atitudes de crença  como  sendo   indutoras de calma e de paz  que lhe mostram a “divina graça da criação” …  a mesma calma e a mesma paz que o  cientista  encontra no final do estudo que  lhe  mostra a realidade das coisas naturais, basead o  na verdade científica dispensando credos rel i giosos . C redos  que  construí ram uma espécie de “ estrada do  conhecimento”  que n os serviu de percurso  n a construção da História do Pensamento,  permiti ndo-nos

26 de agosto – efeméride

1789 – A Assembleia Constituinte francesa aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Há 234 anos, fizeram mais os deputados franceses num só dia do que todas as religiões desde sempre.

O incêndio do Chiado – 25 de agosto de 1988

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 Há 35 anos, o fogo consumiu pessoas e edifícios. Deixou em escombros os oito hectares de Lisboa onde pulsava o coração comercial, em uma das maiores catástrofes urbanas de que há memória. Não se escreveu que o Estado falhou. As oposições tiveram a decência de não explorar a desgraça. Cavaco Silva (PSD) era PM e Nuno Abecasis (CDS) presidente da Câmara da coligação PSD/CDS/PPM. E Mário Soares não pediu a demissão do MAI.

M. – O PR (29) O estadista

M. – O PR saiu da trincheira bem penteado, ataviado e arrojado para receber Zelensky e prometer-lhe a entrada da Ucrânia na UE e Nato e para ameaçar a Rússia com a invasão das Forças Armadas Portuguesas.  Em lídimo ucraniano disse a todos os ucranianos que todos os portugueses os apoiam e que as fronteiras de Portugal passam a incluir a Crimeia e todos os territórios ocupados pelo invasor. A Rússia que se cuide. M. – O PR não contando com a conversão da Rússia, anunciada pela Senhora de Fátima aos pastorinhos, por falta de terços, de ave-marias ou de quem reze, trocou as orações por ameaças concretas a Moscovo. Há algum português que não esteja empolgado depois de ver M. – O PR no dia nacional da Ucrânia a presidir às cerimónias com o ícone do Ocidente, o defensor do mundo livre em traje militar, a beber as suas palavras e a escutar a orientação?! No 10 de junho ucraniano não faltou M. – O PR com as condecorações aos combatentes. Desde Salazar, «para Angola rapidamente e em for

M. – O PR 28 O paradoxo

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M. – O PR é uma contradição. Dos mancebos da sua idade foi caso raro de absentismo ao Serviço Militar Obrigatório, do qual só se livrou quem teve a coragem de emigrar. Valeu-lhe certamente ser filho de um ministro da ditadura, sem pensar que um dia seria Comandante Supremo das Forças Armadas a cujo serviço militar se furtou. M. – O PR, ao contrário de muitos jovens do seu tempo, não sentiu necessidade de lutar pela liberdade, e a democracia concedeu-lhe o alvará das condecorações e o direito de escolher os cachaços para as dependurar. Foi assim que concedeu a Cavaco Silva o mais alto grau da Ordem da Liberdade. M. – O PR foi à Ucrânia trocar igual grau da venera por uma fotografia de fato e gravata na trincheira da guerra, um minuto de palco, sem saber o que foram dois anos no teatro da guerra colonial. Este homem ainda há de morder um cão para ser notícia!

Homenagem a Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti

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Hoje, 23 de agosto de 2023, cumprem-se 96 anos sobre a morte, por eletrocussão, de Sacco e Vanzzeti, nos EUA. A sua inocência é inquestionável. Cinquenta anos depois da sua execução em 1927, a justiça americana reconheceu o erro e declarou-os inocentes. Foram executados porque eram anarquistas e emigrantes.  Assassinados pela intolerância política (o juiz considerou não comprovada a acusação, mas antes "inimigos das instituições") e, porque eram italianos, num clima de histeria xenófoba, foram mártires que interpelam sobre a xenofobia e a macabra pena de morte.   Hoje, 96 anos depois, a Itália tem uma neofascista no poder. Também xenófoba! Que ironia!

DESFAÇATEZ

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 Nem Marcelo foi tão longe! E o homem negou que fosse agressão!

O PR e a decência

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Na sua perversa presidência, M. – O PR abandonou a praia e fez um comício do PSD na Polónia, onde o erário público lhe permitiu selfies e a intriga contra o PM através de um desafio à Assembleia da República, sem ser interrogado sobre o interesse da visita. Não é o apoio aos senhorios que surpreende, é a capacidade de mobilizar os média para os seus interesses partidários, transformando os poderes formais de PR na aparência, de facto, de poderes que a Constituição lhe nega. Tal como no caso Galamba, M. – O PR conseguiu passar a ideia de que a lei é má, sem necessidade de o provar, num país que raramente analisa a substância das coisas. Deixou as praias portuguesas sem PR e viajou para o comício na Polónia.

M – O PR (27) – o intriguista de Belém

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Marcelo já nos surpreendeu com a imaginação e originalidade de quem, rezando o terço todos os dias, achou que “Um sítio onde é sensacional rezar o terço é a nadar no mar”. Precisando de mãos para nadar e não podendo rezar com os pés, de que também carece, é um prodígio contar padre-nossos e ave-marias sem errar os mistérios, e sem se afogar, antes dos dolorosos, mas isso são devoções pias e pessoais. Por maior proselitismo que o devore, o PR de um país laico deve abster-se de alardear a sua fé. O PR traiu a postura laica, que devia manter, no centenário da clonagem da Senhora de Lourdes, em Fátima, quando se envolveu na autenticação desse «milagre», invocando a qualidade de PR, e ultrapassou a decência, afirmando que o fazia em nome de todos os portugueses, incluindo ateus, que não lhe passaram procuração e se indignaram com a quebra do respeito que devia à laicidade do Estado. Quando da recandidatura a Belém, com popularidade que dispensava o passeio pela Av. da Liberdade, afirm
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                  Cartune de Onofre Varela
 (Reparei que não publiquei aqui o o terceiro e último artigo sobre Humor e Religião .  Faço-o agora, com o pedido de desculpas ao meu Amigo Carlos Esperança e a quem me lê. Esta cabeça já não é o que era!...) Humor e Religião ( 3 ) Por Onofre Varela Os religiosos que se sentem ofendidos com uma comédia quando ela brinca com elementos da sua crença, não se preocupam com nada mais que não seja a defesa da “honra da sua dama”… sem conhecerem o cartão de cidadão da ofendida! No caso do atentado brasileiro duvido do sentimento cristão do grupo de criminosos-nacionalistas, cuja reacção foi atacar à bomba!… O acto estava relacionado com o regime político da extrema-Direita Bolsonarista que permit ia a violência e t inha gente da IURD sentada no Parlamento, sendo que o próprio Bolsonaro é afecto a essa seita dita evangélica, e por muitos já apontada como menos correcta… até, alegadamente, criminosa. Os extremistas religiosos e patrióticos não pensam para além do tabu sacramental de D
  CRER OU NÃO CRER Por Onofre Varela Um dia perguntaram ao filósofo Agostinho da Silva : “Acredita em Deus?” Ao que ele respondeu: “Depende. Se você me disser o que é Deus, pode ser que eu lhe diga se acredito ou não”. Não conheço resposta mais concreta e acertada para tal pergunta! Na verdade não se pode negar a existência de Deus assim, tão simplesmente, porque logo a seguir a essa negativa se colocaria a questão: se Deus não existe, porque é que estás a falar dele? Se não existia até aqui, passa a existir a partir deste momento, caso contrário não se entenderia porque estás a nomeá-lo! Só se pode negar ou afirmar aquilo que se conhece. E aquilo que “eu conheço” do conceito de Deus (o conceito, sim, existe) não me merece crédito de existência real para além do conceito que é, nem fora da mente de quem o afirma. A figura de Deus apregoada pelas religiões é definida como um ser espiritual, mas que tem personalidade e forma material (a crer na Bíblia, reuniu com Moisés para lhe entregar

Currículo e cadastro

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  Carlos Moedas também não tinha grande currículo, mas já tinha algum cadastro.

Assassinado pelos franquistas – 18 de agosto de 1936

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Frederico Garcia Lorca foi um dos maiores poetas e dramaturgos espanhóis, fuzilado e enterrado em segredo por quem odiava a cultura, o amor e a vida. Tinha 38 anos quando os fascistas o assassinaram. Os restos mortais nunca foram localizados, e a poesia resiste ao tempo, a recordar que lhe esconderam o corpo com os versos de fora.

Silly season e Marcelo

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Nos anos setenta do século passado, quando os automóveis se vendiam sem aparelho de rádio, cabia a cada um a escolha e compra separada. Foi assim que procurei um rádio, exigindo, condição sine qua non, que não captasse a Rádio Renascença. Não o conseguindo optei por um leitor de cassetes de alta fidelidade, que me acompanhou quatro anos e 150 mil quilómetros. Hoje, com as televisões sem filtro para M. – O PR, omnipresente nos telejornais, sinto-me agredido enquanto espero notícias. É certo que a imaginação delirante de Marcelo permitiu transformar o corriqueiro poder de promulgação de leis e decretos-leis em notícias, com prazo de reflexão e comentários antes, entretanto e depois. Consegue transmitir aos portugueses, entre selfies e banhos filmados, a vontade de remodelar ministros, enquanto não tem quem substitua o PM por alguém do PSD com o partido fascista, em eleições livres. No tempo do paizinho e do padrinho era tudo mais fácil! A mim bastava uma televisão sem Marcelo.

Silly! Silly! SillY!

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Lol! Lol! Looooool!  Grande lolada!

O PSD e a Festa do Pontal

A Festa do Pontal, agora uma espécie de revelação descolorida do Tea Party português, contou com Moedas em tímido destaque e Marques Mendes em representação própria e de Belém. Quando Moedas conseguiu ofuscar o líder, cuja consagração era aguardada no Calçadão da Quarteira, não se podia esperar maior humilhação para Luís Montenegro. Lá presidiu, em pré-defunção, ao exíguo conclave que, por pudor, nunca foi filmado nas televisões, enquanto Moedas fez um ajuste direto para iniciar as desalentadas palmas e garantir à SIC que o ainda líder seria o próximo PM. Não foi uma festa, foi um velório. Valeu S. Marcelo que apareceu às 20H00 de hoje, como comentador, a dizer que um PR nunca está totalmente de férias, e a garantir à paróquia que os vários partidos já estão em campanha eleitoral e com o discurso a falar aos bolsos dos portugueses, numa canhestra referência à proposta do líder do PSD para baixar o IRS à minoria que o paga. Em Portugal até a silly season gira à volta da Presid

O ocaso do cardeal Clemente

Quando a idade o tinha poupado à luxúria não o poupou a vaidade à aceitação da venera com que o edil de Lisboa quis atrair os católicos para as suas ambições políticas. Depois de ter prestado um mau serviço à sua Igreja e a si próprio, passou pela vergonha de ser obrigado a rejeitar o que aceitara e de ver regressar ao espaço mediático o pecado de que é acusado, crime de ocultação de pedofilia de um padre da sua diocese. A Igreja dispensava o ruído e ele a vergonha. Que o desmiolado autarca quisesse servir-se da sacristia é mero oportunismo, mas que o cardeal o aceitasse foi uma infâmia e, se o tolerarem os munícipes, uma vergonha. Carlos Moedas mentiu: «Ao contrário do que resulta do comunicado da CML, a nova ponte resultou de uma ideia e de um projeto anteriores à JMJ e numa altura em que ainda não se falava do evento. (Carmo Afonso no Público de ontem), teve êxito no abuso com este atropelo à laicidade e à decência. O cardeal e o autarca deram origem à petição que condena

Lido agora mesmo

« Em defesa da Ucrânia até à morte … dos ucranianos A guerra é um conflito por correspondência entre a OTAN e a Rússia que tem raízes muito anteriores à invasão e cuja consequência imediata tem sido a submissão do projeto da UE aos objetivos da aliança militar.» Juan Luis Cebrián, JUAN LUIS CEBRIÁN, 14 AGO 2023 - 05:00   Juan Luis Cebrián Echarri é um jornalista e empresário espanhol, cofundador do El País e CEO da Prisa, um conglomerado de média espanhol. Cebrián nasceu em Madrid em 1944. Estudou filosofia na Universidade Complutense e formou-se na Escola Oficial de <<<jornalismo. Desde 1976 é redator-chefe do diário espanhol (Wikipédia)

FÁTIMA, POLÍTICA E SEXO

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Ontem, dia 13, dia fetiche do santuário, havia clareiras que eram inabituais no recinto.  A devassidão de padres e o silêncio cúmplice de bispos não foram certamente alheias ao absentismo de crentes, mas nenhum outro escândalo é tão pernicioso como o oportunismo do partido neofascista português.

Somos todos cardeal Clemente?

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O edil de Lisboa, agora na vertigem da exposição mediática das JMJ, que declarou fazer tudo o que o PR e a Igreja mandassem, cumpre o programa do PR para ser o sucessor de Montenegro e tornar-se PM de Portugal. Do desgaste deste governo encarrega-se o PR. Não é crível que a Igreja, para quem o cardeal é ativo tóxico, tivesse sugerido o nome, Ponte Cardeal Dom Manuel Clemente, para a ponte ciclo-pedonal entre Lisboa e Loures prevista antes das JMJ. Por exclusão de partes é de admitir que fosse Marcelo a ´mandar’ dar o nome do bispo a quem lambeu a mão, gesto de rara indignidade para o PR de um país laico. Que o desmiolado autarca queira servir-se da sacristia para as suas ambições políticas é um oportunismo que se compreende, mas que o cardeal o aceite é uma infâmia e que o tolerem os munícipes uma vergonha. Moedas fez o que o salazarismo não ousou para o cardeal Cerejeira, o clérigo que ungiu a ditadura.

A sucessão e o ocaso do Patriarca Clemente

O Patriarca de Lisboa, Dr. Manuel Clemente, viu extinto o prazo de validade canónica como bispo titular da diocese, a cinco anos de perder o alvará de cardeal eleitor, sujeito a escrutínio dos crentes e não crentes. O patriarca Clemente deveu o barrete cardinalício à caída em desgraça do bispo Carlos Azevedo com a exposição de uma antiga traquinice sexual, o que lhe permitiu viajar do Porto para Lisboa para substituir o bispo previsto e suceder ao patriarca Policarpo. D. João V, graças ao esbanjamento do ouro do Brasil, adquiriu a dignidade cardinalícia para o Patriarca de Lisboa, atribuída por Clemente XII em 17 de dezembro de 1737. Foi assim que o bispo Clemente alcançou o barrete cardinalício, pelo qual muitos bispos perdem a cabeça, com a transferência para a Sé Patriarcal. O cardeal Clemente carregava já duas pesadas nódoas no currículo antes de lhe bater à porta a divulgação pública do crime que ocultou – a pedofilia de um dos seus padres. Foi lastimável a saída à rua param