M. – O PR (25) JMJ
A visita do Papa é uma visita de um chefe de Estado “Stato della Città del Vaticano” e deve ser recebido com as honras a que tem direito e o respeito que a função existe. É assim nas democracias e entre gente civilizada.
Acresce que o Papa, chefe de um Estado confessional, é o
líder religioso dos cristãos católicos, razão acrescida para, em Portugal, ser
especialmente bem-vindo.
Dito isto, convém advertir os católicos de que não têm o
direito de transformar o Estado laico em protetorado do seu líder religioso nem
de tolerar ao Presidente da República que exiba a sua fé.
Talvez reconheçam o valor da laicidade quando a concorrência
islâmica cometer os abusos que já ousa na Europa. Talvez, então, se deem conta
do valor inestimável da laicidade para a preservação da democracia.
A obsessiva presença de Marcelo junto do Papa não é
obrigação protocolar nem ato de simpatia, é desvelo do vassalo perante o
príncipe, o desnorte do exibicionista beato que julga conquistar o Céu com
subserviência e a simpatia com exposição mediática.
O Presidente da República, o garante da Constituição da
República cuja revisão só não permite alterar a carácter laico ou a forma de
Governo, sabe que a viola e que a desfaçatez com que o faz só pode ser julgada
pela opinião pública.
É esta a razão do meu protesto.
Apostila – Os jornalistas podiam explicar o que significa a matrícula do carro papal (SCV 1) “Stato della Città del Vaticano” e, como os italianos viam as iniciais quando os antecessores se transportavam em luxuosos carros; “Se Cristo Visse!”, em português.
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