Jornadas Mundiais da Juventude.
Assisto à colossal operação de marketing da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) com a simpatia que merece um encontro de jovens de várias latitudes e culturas na sua manifestação de fé. Acresce que o Papa me é simpático e merecedor de respeito, assim como a religião onde, às vezes contra ela, floriu o ethos civilizacional da Europa.
Dito isto, urge indignar-me pelo atropelo à laicidade a que a festa deu origem. Depois da vergonhosa Concordata a que a subserviência de Durão Barroso deu origem, pior do que a de Salazar, só faltava a militância beata do Presidente da República, a pusilanimidade do Governo e a leveza ética dos autarcas dos concelhos onde o Papa vai passar.
O edil Moedas parece uma barata tonta que arrancou para novos voos depois de o PR ter falhado a impô-lo ao País. Os edis das redondezas, do PS e PSD, andam à cata de votos e de indulgências à custa de dinheiros públicos.
O cúmulo da desfaçatez foi atingido pelo edil de Cascais que, num delírio pio, anunciou meio milhão de euros municipais para comprar paramentos para os sacerdotes e outras alfaias religiosas para paróquias concelhias. O Ministério Público, solícito a perseguir partidos políticos, conformar-se-á com o manifesto desvio do poder para gasto abusivo de dinheiros públicos e o Tribunal de Contas aprovará depois as contas do município?
Com a conivência dos partidos laicos Portugal passou a protetorado do Vaticano e fede.
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