A agitação social e a luta partidária

Se parasse a agitação social que tem razões para existir na justa luta dos sindicatos para defesa dos trabalhadores, a oposição de direita esboroava-se e Marcelo ficava a falar sozinho.

A luta sindical vai, no entanto, permanecer. Exigem-no as aspirações dos trabalhadores da função pública e a luta dentro do movimento sindical para destruir a Intersindical e, no interior de sindicatos oportunistas, pelas contradições internas que os minam.

Resta saber até onde pode ir o Governo, na defesa dos interesses coletivos. Não poderá reduzir a carga fiscal a todos e ampliar benefícios sociais a quem precisa, satisfazer os médicos, professores e enfermeiros, cujas reivindicações se afiguram justas, e anseios de bastonários, sindicatos, organizações patronais, restantes funcionários e empregados das empresas públicas.

Talvez se compreenda a privatização da TAP, de que frontalmente discordo, agora que a empresa passou aos lucros muito antes do previsto, por medo do que os trabalhadores, especialmente os pilotos, podem exigir se se mantiver na dependência do Estado.

Com o desemprego baixo, a inflação, das mais baixas da Europa, voltou a cair; o PIB continua a subir acima da média da UE e no lote dos países que mais crescem; a notação da dívida, pela Fitch, subiu agora para classe A, depois da DBRS!.

Quando, em 2013, o PIB caiu 1,13% e a taxa de desemprego atingiu 16,4%, as receitas de IRS aumentaram 34%, ou seja, 3329 milhões de euros, Luís Montenegro não pediu a redução do IRS ou a sua devolução aos contribuintes.

A agitação social vai continuar alimentada pela voragem mediática, com a indisfarçável simpatia de Belém, perante a ausência de uma opinião pública à margem dos partidos e sem a irrealizável cedência do Governo a todos os anseios, aos legítimos e aos outros.

Se a opinião pública se mantiver abúlica, não é apenas o Governo que se destrói, é o País.


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