Luís Montenegro e o PSD
Luís Montenegro tem a ingrata missão de levar o PSD até ao próximo líder, não por ser mais incapaz do que Passos Coelho, mas porque apanhou um governo maioritário com um superavit orçamental após a pandemia e em plena guerra da Ucrânia e não com um governo minoritário na crise financeira de 2008.
A decadência ética do PSD começou na Figueira da Foz, com
Marcelo, Durão Barroso, Santana Lopes e J. Miguel Júdice, a tecerem a vitória
de Cavaco contra João Salgueiro.
Essa decadência acelerou quando o cavaquismo se tornou
referência e Passos Coelho a escolha de Miguel Relvas e Marco António. Sá
Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão desapareceram da memória coletiva do
PPD e deram lugar aos adversários da Constituição e da social-democracia.
Urge lembrar que o líder do Chega nasceu na incubadora de
Cavaco / Passos Coelho, e que Cavaco apoiou a aliança açoriana com o partido
fascista.
Quando um partido se sente órfão do ora catedrático Passos
Coelho e não permitiu que o economista Rui Rio ficasse, talvez porque pagou
sempre o que devia à Segurança Social e ao Fisco, não arrecadou fundos europeus
para uso fraudulento e não tem títulos académicos oferecidos, é porque é
infecto o ar da Rua de S. Caetano, à Lapa, e suspeitas as lideranças. Não são
políticos que defendam causas, são piratas ávidos do poder.
Montenegro foi à Madeira para festejar uma grande vitória e
teve a primeira maioria não absoluta da coligação PSD /CDS no arquipélago que o
seu partido confiscou, para gritar no fim do desafio que lhe correu mal,
Montenegro – 1 / António Costa – 0.
O líder parlamentar que defendeu o governo de Passos Coelho
/ Portas é agora o homem à deriva, depois de o presidente do governo dos Açores
ter abdicado dos princípios ao aceitar o apoio do Chega e de o da Madeira ter
renunciado à palavra dada, não governar sem maioria absoluta.
Luís Montenegro, capaz de renunciar aos princípios e à palavra dada, não terá tempo.
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