A Madeira é um Jardim

Onze partidos e duas coligações disputam hoje as eleições regionais legislativas em um território que tem a dimensão, PIB e população aproximada do concelho de Sintra, com uma administração político-administrativa faraónica.

A autonomia, necessária e benéfica, foi progressivamente ampliada com a chantagem de Alberto João Jardim e a cumplicidade dos partidos e governos da República, incapazes de porem termo aos desmandos de 47 anos em que o PSD confiscou todos os lugares do aparelho regional e se furtou ao escrutínio da República.

Alberto João Jardim ultrapassou, através de eleições, o tempo de Salazar em S. Bento e exerceu um poder musculado, feito de ameaças e prepotência, continuado pelo sucessor.

Talvez haja quem ache saudável que o mesmo partido se tenha perpetuado no poder nos 47 anos de poder regional, em democracia, e não é hoje que a mera alternância se torna possível. O PSD elegerá uma maioria folgada no universo de 47 deputados, um excesso para tão parca população, que servirá de ruido para o Continente, onde os comentadores ‘imparciais’, logo à noite, hão de ilações ao sabor das suas inclinações partidárias.

O bailinho da Madeira vai prosseguir com o PSD a dar música na próxima legislatura, com a maioria absoluta que sempre teve, agora reforçada.

Apostila - MADEIRA – Consummatum est: Depois de 48 anos de ditadura, as eleições de hoje determinaram que, na Madeira, os 48 anos de democracia venham a ser passados sem alternância, sob a eterna liderança do PSD, agora em coligação, com o defunto CDS a viver ali em respiração assistida.


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