M – O PR 36

Marcelo Rebelo de Sousa nunca despiu a pele de líder partidário, e resistiu ao desgaste da imagem com raro talento e a cumplicidade dos média.

Sem funções executivas ou competência em política externa, comenta tudo, em todos os lugares e momentos, transformando o poder moderador em ruído mediático permanente, a condicionar a vida partidária.

M. – O PR transformou o poder corriqueiro de promulgação de leis em notícias sobre os seus estados de alma e comentários aos diplomas para publicação, e o órgão consultivo do PR, de natureza confidencial, em arena para o prolongamento do combate partidário.

Sem a dimensão ética de Jorge Sampaio, a sagacidade de Mário Soares ou a sobriedade de Eanes, Marcelo não é apenas o obsessivo cultor de afetos, é um narcisista que anseia beneficiar da desgraça alheia. É cada vez menos o que deseja parecer, e parece, cada vez mais, o antecessor, de que só a cultura e a inteligência o distinguem.

M. – O PR, referindo-se ao sigilo obrigatório do Conselho de Estado diz que “é algo da consciência dos Conselheiros”, transformando uma obrigação constitucional em arbítrio individual.

A violação do sigilo obrigatório por um qualquer Conselheiro arrisca transformar o órgão de aconselhamento do PR em casa de alterne, onde se tecem intrigas e fomenta a maledicência. Decididamente passou a local mal frequentado na sua presidência.

Se M. – O PR não averiguar a fuga de informação e as eventuais mentiras que chegaram ao seu órgão oficioso, o Expresso, e ao líder do PSD, torna-se cúmplice da decadência do regime que lhe cabe preservar.

O seu lugar na História não ultrapassará o do seu antecessor.


Comentários

Victor Nogueira disse…
Quem sabe se na História não ficará como um seu antecessor, o Marechal Carmona. que em Cascais ainda dá o nome a um jardim e em Vila Franca de Xira a uma das pontes sobre o Tejo
egr disse…
Eu já só me pergunto : até quando Senhor Presidente ? até quando tenciona continuar nesta senda , de quase diariamente , com a embevecida tribo dos comunicadores sociais a segui-lo , mais os comentadeiros - tipo António Costa Pinto , José Manuel Fernandes - a deleitarem-se ( no caso da RTP à nossa custa ) nas suas doutas análises , até quando dizia eu , vai o Senhor Presidente testar a capacidade de contenção do Primeiro Ministro ?

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