M – O PR 36
Marcelo Rebelo de Sousa nunca despiu a pele de líder partidário, e resistiu ao desgaste da imagem com raro talento e a cumplicidade dos média.
Sem funções executivas ou competência em política externa, comenta tudo, em todos os lugares e momentos, transformando o poder moderador em ruído mediático permanente, a condicionar a vida partidária.
M. – O PR transformou o poder corriqueiro de promulgação de leis em notícias sobre os seus estados de alma e comentários aos diplomas para publicação, e o órgão consultivo do PR, de natureza confidencial, em arena para o prolongamento do combate partidário.
Sem a dimensão ética de Jorge Sampaio, a sagacidade de Mário Soares ou a sobriedade de Eanes, Marcelo não é apenas o obsessivo cultor de afetos, é um narcisista que anseia beneficiar da desgraça alheia. É cada vez menos o que deseja parecer, e parece, cada vez mais, o antecessor, de que só a cultura e a inteligência o distinguem.
M. – O PR, referindo-se ao sigilo obrigatório do Conselho de Estado diz que “é algo da consciência dos Conselheiros”, transformando uma obrigação constitucional em arbítrio individual.
A violação do sigilo obrigatório por um qualquer Conselheiro arrisca transformar o órgão de aconselhamento do PR em casa de alterne, onde se tecem intrigas e fomenta a maledicência. Decididamente passou a local mal frequentado na sua presidência.
Se M. – O PR não averiguar a fuga de informação e as eventuais mentiras que chegaram ao seu órgão oficioso, o Expresso, e ao líder do PSD, torna-se cúmplice da decadência do regime que lhe cabe preservar.
O seu lugar na História não ultrapassará o do seu antecessor.
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