Que raio de País é este?

Como é possível que António Costa veja a carreira política suspensa ou terminada pelo ativismo do Ministério Público que o demitiu em comunicado e o amarrou ao prazo de um processo contra outros investigados, ou seja, sem fim à vista?

Como é possível Portugal dispensar o contributo do PM pela sanha persecutória de uma instituição à solta e que há muitos anos persegue políticos que a justiça absolve (Leonor Beleza, Paulo Pedroso, Miguel Macedo, Azeredo Lopes e Eduardo Cabrita)?

Claro que a iliteracia dos portugueses ajuda muito porque confunde a independência dos juízes, que carateriza a Justiça nas democracias, com a parcialidade dos acusadores que desferiram um golpe de Estado contra o PM, que pode fazer desabar o regime.

A suspeita sobre o MP agravou-se com a devassa da casa de Rui Rio por dez inspetores da PJ, de madrugada, para o enxovalharem por uma prática de financiamento partidário habitual, mas de discutível suporte legal. A suspeita aumenta se se souber que Rui Rio, quando presidente do PSD, apresentou uma proposta do partido a limitar a possibilidade do ataque de que o atual PM agora foi vítima e que não o permitiu.

Sendo a nomeação da PGR da responsabilidade do PR, sob proposta do Governo, não se percebe que o PR, a quem deve a nomeação e de cuja confiança institucional depende, a mantenha em exercício depois de não lhe ter comunicado previamente o lamentável teor do comunicado que levou à demissão do PM. Se o PR não a demitir fica com o ónus do ataque ao regime.

E, cereja em cima do bolo, a pressa de dar a Marcelo o pretexto há muito desejado para dissolver a AR resultou de uma confusão de Costas. O MP confundiu a estrada da Beira com a beira da estrada.

O PR que arranjou um expediente criativo para fazer aprovar o OE/2024 não volta atrás na anunciada dissolução da AR baseada num lapso? E não pede desculpa ao País?

Que raio de País é este?

Comentários

JA disse…
Numa Democracia decente, os magistrados do Ministério Público envolvidos no caso, incluindo a Senhora Procuradora-Geral, responderiam disciplinar e criminalmente pela crise que criaram. Então, cabe na cabeça de alguém que tal gente confunda qualquer Costa, com o Primeiro Ministro?! Quanto a Marcelo, a sua criatividade tem limites e o pedido de desculpas é um acto nobre incompatível com explicações titubeantes do tipo das exibidas no caso das crianças brasileiras assistidas no Santa Maria. Aguentemo-nos, pois!

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides