O general Isidro Pereira e a candidatura a PR
O general tem sobre mim a vantagem de ter melhor ouvido. Eu precisaria de que me gritassem para ouvir, na rua, um pedido para me candidatar a PR, e tenho suficiente lucidez para me rir e pudor bastante para não me gabar do apoio do Chega.
Bem sei que a conduta dos dois últimos inquilinos de Belém
degradou tanto o cargo que qualquer idiota pode julgar-se capaz de o ocupar.
Mas Cavaco tinha enorme experiência política, só lhe faltava cultura, e Marcelo
tinha ambas, só não resistiu à perversidade intrínseca e à sua matriz
reacionária e conspirativa.
O sr. Isidro Pereira que currículo tem? Deslumbrou-se com o
número de horas pagas na CNN, sem perceber que não é pelas análises que faz,
mas pela propaganda que debita.
Quanto ao olho que pisca ao Chega não conte que o André se
monte em tão fraca pileca, já lhe bastou apoiar o Almirante que, por
estratégia, o desfeiteou. Imagine que todos os comentadores televisivos das
guerras, próximos do Ventura, resolviam ser tão néscios! Tínhamos o Milhazes, o
Botelho Moniz, o Rogeiro, o Poêjo Torres, a Diana Soller e a mais desejada por
Israel e pelo chanceler alemão, Helena Ferro Gouveia, esse portento mitómano, vesga
e insensível às atrocidades em Gaza!
Olhe que lhe sucede o mesmo que ao Marques Mendes, com outra
envergadura política, sai de comentador a troco de nada. Mas o Mendes corre
para o segundo lugar e não põe o País a rir.
Perante o general Isidro, até o Tino de Rãs parece uma
figura de Estado. Nada indica que seja menos inteligente, e é seguramente
melhor pessoa. Só lhe faltam estudos, e não é mais ignorante.
Mal imagina o sr. Isidro como é fácil saber quem está
próximo do Chega, mesmo que o Chega não se chegue, basta estar atento à
gramática. Na CNN, com a sua prosápia, não se atrevem a ensinar-lhe a conjugar
o presente do conjuntivo do verbo chegar. Olhe que é dê e deem,
não é deia e deiam, formas tão arcaicas como o oficial-general
oriundo de Infantaria que merece o brevet de aviões pelo tempo que passa no ar
na CNN.
Boa viagem para Belém, sr. Isidro, bem precisamos de quem nos faça rir.

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