O QUE ISRAEL FAZ NA PALESTINA É GENOCÍDIO

Por Onofre Varela

Máriam Martínez-Bascuñán é colunista do jornal espanhol El País. Na edição de hoje (29/7/2025), no seu texto com o título: “É um genocídio e chegamos tarde”, diz que não é necessário ser um entendido na matéria para se reconhecer a intenção genocida de Israel na morte indiscriminada de palestinianos levada a efeito através de uma estratégia predefinida.
A colonista cita Omer Bartov, historiador e veterano do exército israelita, para dizer que ele dedicou a sua vida a estudar o Holocausto e o genocídio, o que o levou a mudar a sua opinião sobre Gaza depois de meses de evidências acumuladas. Disse ele que “hoje há poucos casos tão claros como este”, concluindo que Israel alterou o teor do Holocausto, pervertendo-o.
Podemos perguntar: se alguém com a autoridade moral de Omar Bartov é tão categórico, que mais provas devemos ter para actuar?
A parte mais importante do texto da colunista parece-me ser aquela onde ela diz que “a verdade incómoda é que o reconhecimento do genocídio segue um padrão geopolítico. Se quem perpetra o genocídio é nosso adversário político, actuamos com uma «velocidade moral» admirável, como no Ruanda em 1994, em Srebrenica em 1995, bem como com os ruaingas [rohingyas] em Nyanmar. Estas atrocidades foram etiquetadas rapidamente como genocídio e o mundo exigiu justiça internacional. Mas quando o genocida é um aliado estratégico [como Israel se enquadra perante os grandes poderes do mundo] os mesmos critérios legais rapidamente se transformam em «complexos», requerendo «mais investigação».
Esta atitude parece-me vergonhosamente hipócrita. Urge dar-lhe cobro, protegendo o povo palestiniano e levando a tribunal os responsáveis Israelitas pela calamidade da morte e da destruição, começando por Netanyahu e os seus parceiros de extrema-direita… depois virão muitos dos colonos judeus dispersos pela Cisjordânia... e Trump não sai absolvido.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Coimbra - Igreja de Santa Cruz, 11-04-2017

HUMOR – Frases de AMÉRICO TOMÁS, um troglodita que julgávamos não ter rival