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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
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Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
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Hoje, em Genebra, a WHO (Organização Mundial de Saúde), em parceria com a UNICEF, apresentou um preocupante relatório em que questiona a capacidade de atingir os “Objectivos do Milénio” no que diz respeito ao saneamento e água potável.
Os “Objectivos do Milénio” são realistas e prioritários.
Pretendem, até 2015, reduzir para metade o nº. de pessoas sem acesso a água potável e saneamento básico.
Esse nº. é alarmante – 1,1 mil milhões não tem acesso a água potável e, um maior número – 2,6 mil milhões – ao saneamento básico.
Esta situação assume dimensões dramáticas nas áreas urbanas, em crescimento exponencial, onde se albergam “multidões" de pobres, fugidos dos exauridos meios rurais.
Segundo a UNICEF, diariamente, morrem 4500 crianças (com menos de 5 anos) por ingestão de água contaminada e ausência de medidas higiénicas básicas. Portanto, em 2005, terão morrido 1,6 milhões de crianças, devido a estas condições infra-humanas.
Anders Nordstrom, director-geral da WHO, considera trágico que o Mundo não cumpra estas metas. E elas não são cumpridas por falta de vontade política (indecisão dos políticos, falta de financiamento, inexistência de programas de formação, planeamento e construção).
Dentro deste quadro negro, a situação vivida na África sub-sahariana é, simplesmente, desesperada.
Nós, por cá, na Europa, estamos “espantados” com a invasão diária de migrantes sub-saharianos. Desde Janeiro deste ano, "aportaram" às Canárias cerca de 2.500 migrantes, prevendo-se que nesta aventura pela sobrevivência tenham sofrido centenas de mortos. Em Agosto de 2004, a Europa assiste impávida e serena ao "salto" através da vala fronteiriça de Melilla de mais de 500 migrantes. Daí para cá, quer em Ceuta, quer em Melilla e, agora, nas Canárias, não pararam as tentativas de grupos de homens, mulheres e crianças, desesperados, perseguidos pelo espectro da fome, imersos numa vida sem futuro, tentarem – por qualquer meio – alcançar a Europa.
Observamos estes dramas, comodamente sentados no sofá, entretidos com o Telejornal e pensamos que nada temos a ver com isto. È lá longe.
A Europa, politicamente “condenada” a descolonizar (uns voluntariamente, outros à força) no pós II Guerra Mundial, abandonou África. Ou melhor, “concedeu-lhe” o direito à independência mas preparou-se para aproveitar as consequências daí resultantes. A maior delas – o subdesenvolvimento resultante das providenciais dependências com as metrópoles colonizadoras. Daí nasce, e desenvolve-se, a pobreza, a fome, a seca, as doenças endémicas, etc.. Tudo isto agravado pela emergência de uma “classe” política africana, inexperiente, corrupta e, fundamentalmente, divorciada do mais rudimentar conceito de cidadania (não se exige, nem se espera, que perfilem os conceitos “ocidentais”). Inicia-se uma caminhada para o abismo, que atingindo quase todo este Continente é extremamente crítica na África sub-sahariana. Podemos, sem receio, dizer que, aí, se desbarataram as expectativas de vida. Os migrantes são movidos por um sentimento primário, incontrolável por valas, arame farpado, muros, etc. – a sobrevivência.
Hoje, estamos assim. Amanhã, os migrantes começarão a chegar, em botes improvisados, à Madeira, que geograficamente está no paralelo de Casablanca, Nesse momento, o problema vai entrar-nos em casa.
Tendo em conta o relatório da WHO, é melhor colocarmos as “barbas de molho”.
então o Vilar está aposentado por invalidez presumível? Eu sempre soube que ele batia mal, mas o que lamento é que seja incapaz e inválido para o Banco e capaz para representar o +PS e ganhar 3000 euros por mês.
Só espero que ele não seja tb o político que declarou um atestado de pobreza mas com topos de gama à porta