Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
Comentários
De nada vale falar sobre a taxa de desemprego homóloga quando, o horizonte do futuro, no mundo do trabalho, é cada vez mais negro e trágico.
Cito isto a propósito da notícia do encerramento da fábrica de Nelas da Johnson Controls. Neste momento com 650 trabalhadores, daqui a 9 meses, não haverá um.
Nelas não é um grande centro urbano, nem um polo comercial e industrial com dimensão suficiente para, autonomamente, encaixar este "choque".
As consequências indirectas - os agregados familiares e os dependentes - do previsto despedimento colectivo dos 650 trabalhadores deve ser vasta e catastrófica.
O meu comentário questiona, o que podemos chamar, os deveres sociais do Estado.
Penso que, dada a dimensão do concelho de Nelas, deveria ser decretado aí o estado de calamidade(pública e social).
As situações de calamidade não podem ficar reservadas para as intempéries sobre os cultivos (imundações ou secas).
O estado de calamidade deve funcionar, em primeiro lugar, para proteger o homem.
No infortúnio, deve trazer meios para os portugueses manterem a dignidade.
Ou melhor, possibilitarem viver (sobreviver) com dignidade.
Tenho muita pena de contrariar os novos ideológos portugueses mas tenho a certeza, que não pode ser o "normal" funcionamento do mercado, a sua solução.
Todos os dias assistimos -conformados?/inconformados? - ao paulatino desmantelamento dos pilares sociais do Estado.
Na área laboral, na Educação, na Saúde, etc.
Nunca tivemos uma segurança social forte e abrangente. Estamos em risco de a debilitar mais.
E, assim, comprometer o presente e o futuro. Não por causa da economia, da sustentabilidade, dos indices de produtividade, etc., mas pelo Homem.
Temos de interiorizar que a fome é inimiga da liberdade.
O que parecendo restricto é enorme.
Para onde vamos?
- "pobrezinhos mas felizes"...
mais adiante, peorou sobre:
- "...é mais importante sentir a recompensa e a satisfação pelo dever cumprido do que pensar na carteira" (a)
Para um professor de economia da saúde tais slogans tornam-o suspeito se anda a ler alguma bafienta cartilha do homem de Sta Comba. Ou, em alternativa, se entrou para alguma ordem mendicante...
Os funcionários públicos compreendem as dificuldades do País, mas não perdoarão a quem anda a gozar com eles. Ao contrário do que sucedia no tempo da "velha senhora", hoje há (de 4 em 4 anos) a oportunidade de
penalizar estes "cromos".
Passará, no juízo deste senhor, a ser necessário aos funcionários públicos um voto de probreza em substituição da famosa declaração de repúdio ... do tempo fascismo.
Não sei se estes conceitos tão lineares, vem na tal cartilha...
(a) - Referia-se ao congelamento dos salários (de 2007) dos médicos que trabalham no SNS.