Avaliações dos professores – de recuo em recuo


Não sei quem teve a infeliz ideia de acabar com os exames no ensino obrigatório e de tornar quase impossíveis as reprovações.

Se os alunos progridem sem aquisição de conhecimentos necessários, por analogia deve acontecer o mesmo aos professores. Em ambos os casos trata-se de uma injustiça.

Os ministros esforçam-se por impor avaliações e os sindicatos não abdicam de gerir as escolas e de, aproveitando o horror às avaliações, usarem a adesão dos docentes.

A avaliação dos trabalhadores é uma constante nas empresas privadas e não se vê por que motivo se isente a função pública do mesmo critério. No caso dos professores as notas dos alunos em exames nacionais deviam ser tomadas em conta na classificação dos docentes.

Depositei alguma esperança no actual ministro da Educação mas, à semelhança de outros, cheios de boas intenções, tudo se encaminha para que tente salvar a face sem alterar o status quo.

O recuo na avaliação dos últimos escalões é um mero expediente para dividir os docentes. Não vejo diferença entre este estratagema e a divisão em titulares e não titulares.

É nos últimos escalões que a idade e o cansaço têm tendência a registar maior taxa de professores com menores condições para a docência e, nalguns casos, sem o mínimo interesse pelos alunos. E um Estado que preze o ensino público, o que não parece ser a ambição do actual Governo, deve defender os alunos dos maus professores.

Não me esqueço de um velho professor liceal cujas aulas, depois de seleccionado um aluno para ler o compêndio, se resumiam a interrompê-lo para mandar a turma sublinhar as frases e períodos que entendia e, a seguir, mandá-lo continuar a ler. Foram três anos lectivos monotonamente desmotivadores.

Ponte Europa / Sorumbático

Comentários

Você é sempre idiota? Escreve sobre o que não sabe, diz trivialidades patéticas num blog onde até há pessoas muito inteligentes. Você é uma besta quadrada, desculpe que lhe diga!
Os professores sempre foram avaliados, os critérios é que eram mais objectivos, não tinha dado por isso? Asno!
Critérios de exame para avaliar professores, porque não? Vamos começar pelo primeiro ciclo ou outro ciclo onde quem não demonstre um mínimo de competências é retido.
Não deu que a política de todos os governos foi favorecer o falso sucesso, onde se transita sem mostrar qualquer desempenho. Temos de motivar para um trabalho que muitos alunos sabem não ser necessário para transitar...
Já agora escrevem uns velhotes neste blog, aplique-lhes a mesma lógica que aplicou aos professores, será fino e ducado...
Em resumo parece-me que a sua estupidez só tem paralelo na sua falta de educação.
Acabei de ver a sua foto, não parece muito novo, não!
a idade e o cansaço têm tendência a registar maior taxa de bloguers com menores condições para a docência e, nalguns casos, sem o mínimo interesse pelo que blogam.
Escrevem uma coisas sem qualquer ponderação ou consideração pelos que o lerão. O nome aparece junto com de gente inteligente apesar da idade e isso obriga-me a suportar a sua prosa para ler a dos mais inteligentes...

Espero que tenha sido apenas um curto circuito neuronal momentâneo, coisa da idade quando não se é já um rapaz... É que se for permanente este tipo de escrita dedique-se a outra coisa e não se misture com a gente que costumo seguir neste blog.
a.m.fernandes disse…
Meu Caro,

Para ti, vai um abraço de quem conhece a tua honestidade e vivacidade intelectual há mais de 50 anos. Em desacordo nos temas que nos são mais caros - que não são os do teu comentário de hoje.

Quando será que conseguiremos em Portugal discutir ideias, sem ter de nos rotularmos de idiotas, asnos, velhotes e mimos afins?
A fotografia do sr. JaimeJCL não é precisa para se saber que tipo de pessoa é!
Sr. Jaime JC Lourenço:

Fui professor 10 anos e tenho 68 de idade.

Claro que não estudei na sua escola pois não uso a linguagem delicada de um docente de fino trato e inteligência refinada como a sua.

Obrigado pelos comentários.
Fernando Évora disse…
SAó não percebi o que se faz aos "velhos professores" que são responsáveis por um ensino monótono. Um chuto no traseiro? Que se advoga para estes casos nos "privados"? Talvez acabemos todos por concordar em lançar no despedimento os velhos, a bem da "agilização" para fazermos face à concorrência internacional. Afinal, este mundo não é para velhos (salvem-se os velhos do sistema, os "men" dos partidos e os que ganham a vida à sua volta).
Talvez essa hipótese da análise dos exames para a progressão dos professores fosse boa ideia: ao menos distinguia os professores que ensinam nos liceus da elite dos que andam na Quinta da Belavista. Os de primeira e os de segunda. Repare que não me escandaliza que os exames sejam tidos em conta na avaliação dos professores, mas temos que arranjar uma forma que nos impeça de cair num erro de julgamento.
Fernando Évora:

Na falta de tempo de serviço os mais velhos (no caso de não estarem em condições de dar aulas) seriam remetidos para funções burocráticas.

Dei aulas a alunos de diferentes estratos sociais e conheço as dificuldades de alunos de meios desfavorecidos. Estou completamente de acordo com uma bitola que tenha isso em conta. Estamos de acordo.

O meu post quis chamar a atenção para o risco da não avaliação de professores dos últimos escalões. Esta posição é válida para médicos, enfermeiros, pilotos, militares, etc.
Álvaro disse…
acho mto esclarecedor que hajam profs com o tipo de atitude e palavreado do sr Lourenço. Não será o sr. Lourenço, por acaso (ou nada por acaso) um fruto das Escolas Superiores de Educação?
ana disse…
"Os professores sempre foram avaliados, os critérios é que eram mais objectivos, não tinha dado por isso?"

Tenho professores na família (bem burros e incompetentes, por sinal) e nunca dei pelos resultados de qualquer avaliação, eram todos bons.

Ao sr. Lourenço é que eu, se pudesse, não entregava os meus filhos. Não me parece que uma pessoa tão rude e mal educada tenha condições para ensinar. É que isto não é para todos. Não é por acaso que alguns professores ficam na nossa memória para sempre, pelos melhores motivos. Não será certamente o caso do sr. Lourenço.
Rantanplan disse…
Foi o que deu dezenas de anos de políticas de eduquês na nossa escola pública. E agora, como vamos dar a volta?

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