Os adjetivos, à semelhança da caça, têm época própria. Uma lei de 2015, PSD/CDS, com votos contra de toda a esquerda, proíbe a publicidade institucional de obras ou serviços aos órgãos do Estado, após a publicação do decreto-lei que marca eleições, sejam elas quais forem. As coimas, nas autarquias, 15 a 75 mil euros, são aplicadas aos respetivos presidentes de Câmara. A lei deixa anunciar, por exemplo, que abriu o Centro de Saúde de Alguidares de Baixo, mas não permite que o autarca diga, “cumprimos” ou que essa unidade “é a melhor de”. Como os munícipes, em particular, e os cidadãos em geral, são estúpidos, podiam votar em todo o país, todos os eleitores, no partido de turno em Alguidares de Baixo. Em Lisboa pode anunciar-se uma nova estação de Metro, se acaso for aberta, mas não se pode dizer ser essa uma boa notícia para os moradores da vizinhança. Os adjetivos ficam de quarentena até ao dia seguinte às eleições, neste caso, as europeias. A Associação Nacional de Municípios,