Brasil – A ignomínia fascista

Quando julgamos que a natureza humana não pode descer tão baixo, há sempre uma surpresa que nos aguarda.

Se pensarmos que os homens, ainda que cegos pelo ódio e vítimas da brutalidade, são capazes de conservar um módico de humanidade e de decência, acabaremos a lamentar a nossa ingenuidade.

Os marginais ganham eleições e bandos de pulhas acabam por normalizar a insensibilidade e impor a baixeza moral e a indignidade cívica.


Comentários

e-pá! disse…
O rapaz Bolsonaro está convicto que goza de uma impunidade eterna.
Se fosse mais culto o filho do populista saberia que um dia será chamado a assumir responsabilidades pelo anda a fazer, isto é, pela insana campanha de espalhar ódios.
Há uma frase popular que resume o que se está a passar: "quem semeia ventos, colhe tempestades"...
Jaime Santos disse…
Só lamento que haja quem à Esquerda cante loas ao bom populismo, a la Chavéz. O Liberalismo é como a Democracia, é a pior de todas as Ideologias (ou o pior de todos os arranjos institucionais), com exceção de todos os outros, por uma razão bem simples. Ao garantir os direitos dos indivíduos, mesmo contra a 'vontade do povo', seja lá o que isso for, garante que quando nos encontrámos em minoria, os nossos direitos são protegidos, sejamos nós proprietários, comunistas, religiosos, ateus, gays, negros ou ciganos, etc, etc, etc...

Enquanto uma certa Esquerda continuar a rejeitar o princípio de que a defesa da autonomia do indivíduo tem que estar no centro da ação política, continuaremos a estar diminuídos na luta contra todos os tipos de Fascismos...
e-pá! disse…
O problema não é o liberalismo preocupar-se com os direitos individuais à partida. Esta será a linha de partida onde estaremos todos - ou quase todos - de acordo. Por mais retrógrados que queiramos ser - e muita Direita liberalizante é-o - será muito irrealista negar a 'Revolução Francesa'...
Mas a mesma 'preocupação garantista' não se verifica na análise das posições na linha de chegada, isto é, na meta, nas finalidades e nos objetivos.
Aí as garantias iniciais desaparecem e são transferidas para os inefáveis 'mecanismos dos mercados' e, nesse atoleiro, lá se afundam os direitos individuais e as garantias coletivas (sociais, políticas, económicas e culturais)...
Jaime Santos disse…
De acordo, mas não compro por isso o que me quer vender a Esquerda chavista, que quer sacrificar os direitos individuais em nome (e só em nome, porque na prática o seu modelo económico é absolutamente desastroso, pelo menos nos EUA 80% da população não vive na pobreza mais abjecta) das garantias coletivas.

O problema não é a crítica do Liberalismo. O problema é que a alternativa que nos é proposta é muito pior do que ele...

E tem toda a razão ao dizer que quem quer negar os princípios da Revolução Francesa é retrógrado. Só que, como eu disse, não é apenas a Direita liberalizante que deseja fazê-lo. A Esquerda totalitária também...

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