Efeméride - A extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores (SPA) e a violência fascista

A SPA, criada por iniciativa de Aquilino Ribeiro e Ferreira de Castro, que se dirigiram aos seus confrades, teve homologação legal em 4 de julho de 1956, quando o direito de associação não passava de um favor precário da ditadura.

Depois de extinta, por despacho de 21 de maio de 1965, pelo Ministro da Educação Nacional, Inocêncio Galvão Teles, os esbirros da ditadura fascista assaltaram a SPE, na sequência da atribuição do Grande Prémio de Novelística a Luandino Vieira, autor do livro «LUUANDA» preso político encarcerado do campo de concentração do Tarrafal, entretanto reaberto por Adriano Moreira, essa referência da democracia e do CDS.

A sede da SPE foi assaltada por 50 “desconhecidos” (polícias à paisana) que destruíram todo o seu conteúdo. No dia seguinte, 22, há 54 anos, quatro membros do júri, Manuel da Fonseca, Augusto Abelaira, João Gaspar Simões e Fernanda Botelho foram mandados comparecer na sede da PIDE durante todo o dia.

Manuel da Fonseca e Augusto Abelaira foram presos, sem culpa formada, e transferidos para Caxias, hábito do país pária, com ódio à cultura e à liberdade. Alexandre Pinheiro Torres, que também fez parte do júri, foi preso pela PIDE na terça-feira seguinte, dia 25, às sete horas da manhã.

Foi curta e agitada a vida da SPA, presidida por Jacinto Prado Coelho. Seria substituída, com enormes dificuldades, pela APE, em 1972, tendo sido proibido o nome anterior por Marcelo Caetano.

Era assim o fascismo. Feio, porco e mau.

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