A Igreja católica e o fascismo
É ocioso repetir a participação decisiva dos bispos cristãos, católicos e protestantes, para a ascensão do fascismo na Europa, e a cumplicidade da hierarquia católica nas ditaduras ibéricas.
O 25 de Abril obrigou os bispos portugueses à discrição que lhes impunha o vergonhoso silêncio perante a perseguição dos raros bispos democratas, António Ferreira Gomes, do Porto, e Sebastião Resende e Vieira Pinto, Beira, Moçambique.
Em Espanha, a transição ‘pacífica’ de um genocida para um discípulo real, Juan Carlos, educado na ética e na honra pelos padrões das madraças franquistas, o clero permaneceu fascista e procriou sucessores da mesma estirpe. Nem um módico de pudor evitou que o Papa João Paulo II criasse santos franquistas, ao ritmo a que os aviários criam frangos, e bispos e cardeais com o olho esquerdo enevoado.
Sem precisar do Opus Dei, implacável escola do fascismo espanhol, já com dois santos criados, com milagres certificados, bastam os bispos diocesanos para envergonharem a Igreja espanhola, que o Papa Francisco quis higienizar.
Rouco Varela, em Madrid, e Antonio Cañizares Llovera, em Toledo, distinguiram-se na defesa dos valores mais reacionários no período democrático. O primeiro já foi atingido pelo prazo de validade há seis anos e Cañizares está a quatro meses de perder o púlpito para debitar asneiras, mas há ainda muito a esperar do cardeal que o Papa Francisco despediu de uma Prefeitura para que Bento XVI o levara para o Vaticano.
Cañizares não é um caso de estudo da biologia, é um fóssil jurássico que fala, e pertence ao mais empedernido franquismo, na política, e ao mais tridentino obscurantismo na fé.
Que “o diabo existe em plena pandemia” é uma possibilidade, e em vez de se considerar como exemplo, perora sobre os demónios que povoam aquela mente formatada no franquismo e no seu episcopado.
Para provar que o anticlericalismo só existe porque o clericalismo carece de uma vacina tão urgente como o coronavírus, deixo uma ligação com os despautérios deste troglodita que há mais de uma década me inspira numerosos textos. E não resisto a publicar uma das melhores fotos do álbum eclesiástico do cardeal Antonio Cañizares Llovera.
Eis as declarações de Cañizares
O 25 de Abril obrigou os bispos portugueses à discrição que lhes impunha o vergonhoso silêncio perante a perseguição dos raros bispos democratas, António Ferreira Gomes, do Porto, e Sebastião Resende e Vieira Pinto, Beira, Moçambique.
Em Espanha, a transição ‘pacífica’ de um genocida para um discípulo real, Juan Carlos, educado na ética e na honra pelos padrões das madraças franquistas, o clero permaneceu fascista e procriou sucessores da mesma estirpe. Nem um módico de pudor evitou que o Papa João Paulo II criasse santos franquistas, ao ritmo a que os aviários criam frangos, e bispos e cardeais com o olho esquerdo enevoado.
Sem precisar do Opus Dei, implacável escola do fascismo espanhol, já com dois santos criados, com milagres certificados, bastam os bispos diocesanos para envergonharem a Igreja espanhola, que o Papa Francisco quis higienizar.
Rouco Varela, em Madrid, e Antonio Cañizares Llovera, em Toledo, distinguiram-se na defesa dos valores mais reacionários no período democrático. O primeiro já foi atingido pelo prazo de validade há seis anos e Cañizares está a quatro meses de perder o púlpito para debitar asneiras, mas há ainda muito a esperar do cardeal que o Papa Francisco despediu de uma Prefeitura para que Bento XVI o levara para o Vaticano.
Cañizares não é um caso de estudo da biologia, é um fóssil jurássico que fala, e pertence ao mais empedernido franquismo, na política, e ao mais tridentino obscurantismo na fé.
Que “o diabo existe em plena pandemia” é uma possibilidade, e em vez de se considerar como exemplo, perora sobre os demónios que povoam aquela mente formatada no franquismo e no seu episcopado.
Para provar que o anticlericalismo só existe porque o clericalismo carece de uma vacina tão urgente como o coronavírus, deixo uma ligação com os despautérios deste troglodita que há mais de uma década me inspira numerosos textos. E não resisto a publicar uma das melhores fotos do álbum eclesiástico do cardeal Antonio Cañizares Llovera.
Eis as declarações de Cañizares
Comentários
E o que saiu do Vaticano II também terá se o actual Papa não for capaz de reformar a Cúria e a Igreja. Arrisca-se a tornar-se em duas ou três gerações uma confissão de minorias, acossado pelo protestantismo pentecostal, mais dinâmico e bem mais reaccionário do que ele...
Olhando para a rabona do Cardeal, lembro-me de idêntica foto com outro ultramontano, o Cardeal Burke, que defendia que as Igrejas se mantivessem abertas durante a pandemia.
Não admira pois que se vistam de vermelho vivo...
(não desprezo o fascismo carola, claro)