José Luis Mendoza Pérez (JLM) – A fé e a superstição de mãos dadas

Quando pensamos que a Idade Média terminou há muito, que os espíritos retrógrados se encontram apenas na população inculta ou na demência mística dos talibãs, aparece um reitor de uma universidade católica, embrutecido pela fé e incontinente nas palavras.

JLM, empresário, pai de 14 filhos, presidente da Universidade Católica de Múrcia, com a ordem Civil de Afonso X, venera que premeia o contributo social no âmbito da docência, investigação, cultura e desporto, é um troglodita saído do Concílio de Trento, o primata néscio, em delírio, a debitar inanidades.

Mendoza garante que a COVID-19 é obra do anticristo, seja quem for tal ser, que povoa a fé do primata que encharcou os mediadores químicos dos neurónios numa pia de água benta.

Como Bill Gates previu há cinco anos que a maior ameaça para a humanidade não eram como pensara, as ogivas nucleares, mas os vírus e bactérias, o talibã católico atirou-se ao benemérito patrocinador de uma vacina como a Santa Inquisição a Giordano Bruno, com raiva de não o poder julgar, condenar e executar, como fizeram os inquisidores há 420 anos.

Bolçando anátemas, adicionou o nome de Bill Gates ao de George Soros, considerando-os «escravos de Satanás», outro inimigo de estimação de tão alarve criatura. Segundo ele, Soros e Gates querem controlar-nos a vontade com um ‘chip’, e Bill Gates deseja controlar toda a população mundial através da vacina contra a covid-19.

Com crentes destes as religiões não precisam de adversários. Não é a ciência que recua, é a fé que definha.

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