O fascismo desceu à rua
O partido fascista e o seu mentor e líder decidiram poluir a cidade de Coimbra com o 3.º congresso e desfilaram pelas ruas sem as camisas azuis, mas com os tiques do ignóbil pintor de tabuletas que mora na alma dos seus apaniguados.
Têm toda a legitimidade para o fazerem, depois de o Tribunal
Constitucional legalizar a confraria, com o delinquente à frente e o grupo que acrescentou
à poluição ideológica a sonora. É a superioridade da democracia, que consente
aos seus inimigos o que eles não permitiriam se fossem poder.
A escolha simbólica do dia 28 de maio para o início da
reunião tribal, que se prolongará até ao dia 30, não surpreende quem conheceu
os horrores do fascismo.
O que incomoda é o tempo de antena que a RTP, canal público,
concede à propaganda fascista numa publicidade gratuita e cúmplice dos
interesses que financiam, promovem e influenciam a ideologia fascista.
Não faltam, nas redes sociais, nostálgicos do salazarismo e órfãos
do cavaquismo e do passos-coelhismo, democratas contrariados, a carpirem a ausência
do “nosso ultramar infelizmente perdido”, mas é a cobertura dos média da esfera
pública que perturba os que têm memória da ditadura, sobretudo os que lambem as
feridas da guerra colonial.
Defender o direito à existência dos fascistas não é
contemporizar com o nacionalismo e o populismo que os alimenta, é defender o
único sistema que permite ser derrubado nas urnas.
Somos chamados a defender as liberdades que os militares de
Abril nos outorgaram e é dever de todos os democratas defendê-las perante a
horda que uiva, ulula e intimida.
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J.Gato