O PR e a política partidária
Não lhe bastam a cultura e a inteligência, a urbanidade e os sorrisos, a popularidade e a simpatia, para fazerem do cidadão cínico e intriguista um bom Presidente da República.
Há muito que o atual PR, com a cumplicidade dos media e das
redes sociais, decidiu fazer do segundo mandato um instrumento de propaganda da
direita, da pior direita, sem respeito pela função e pelos partidos.
Belém tornou-se o centro de propaganda, sem disfarce ou
comedimento, numa voragem que levou o inquilino a anunciar previamente a decisão
que lhe cabia ponderar depois da votação do Orçamento de Estado, a convocação
de eleições antecipadas.
Se não se alterar a geografia eleitoral é sua a
responsabilidade de sujeitar o País a umas eleições inúteis de que é o único
responsável. Terá de justificar a leviandade.
Mas onde levou mais longe a falta de sentido de Estado, e a vocação
de chefe tribal, foi na audiência concedida a um eurodeputado que é candidato à
presidência do PSD, sem disfarçar a preferência, num ato inamistoso para com o
líder do partido e afrontoso para a democracia interna.
Rui Rio pode queixar-se da intromissão abusiva no partido
que lidera e na tentativa de o PR influenciar a favor de Paulo Rangel umas
eleições que cabem aos militantes.
Marcelo é a versão urbana de Cavaco, sem melhor carácter ou
maior noção de ética.
Apostila – Em relação à vergonha que senti com o chumbo do
OE, na generalidade, vou dormir sobre a ignomínia. Espero escrever amanhã.
Comentários
Como pôde o PR enfraquecer de tal forma o Líder da Oposição num Debate tão importante e relevante como o do OE 2022?
Razão tinha António Vitorino que dizia que MRS conspirava tanto que mal dava por ela estava a conspirar contra si próprio...