Eleições legislativas de 2022 – Vitória robusta do PS

A Direita teve uma recuperação notável e, no dia do ato eleitoral, as televisões não se abstiveram de sub-repticiamente a ajudarem, à semelhança da mal disfarçada intenção do PR embrulhada no legítimo apelo ao voto, ontem, em dia de reflexão. 

O PR deve explicar por que motivo quis coagir o PCP e o BE a aprovarem o OE/2022 e, numa atitude temerária, alardeou o que tinha o direito de fazer, mas sem permitir que o PS apresentasse novo Orçamento. Valeu-lhe não ter de suportar já a instabilidade para a qual empurrou o País.

Os que chumbaram o OE terão agora de lamber as feridas. Toda a esquerda foi vencida. O eleitorado castigou-a e os democratas só esperam que não continue o mantra de que o PS de António Costa é um partido de direita. Nesse caso, aos autores só assiste o direito de serem perpetuamente oposição.

O eleitorado revoltou-se e temeu a instabilidade, que agravaria as condições de vida dos portugueses, e as eleições, que se repetiriam dentro de dois anos, não auguravam que a Esquerda portuguesa tivesse aprendido a lição da sua própria irresponsabilidade.

A vitória do PS foi a resposta do eleitorado aos ataques injustos de todos os adversários, de modo a assegurar uma legislatura sem grandes sobressaltos, para as decisões difíceis em que o PS vai precisar de consensos para além da maioria absoluta.  

Em plena pandemia, com a crise climática a agravar-se, os tambores da guerra a rufarem na Ucrânia, a energia a escassear, os juros da dívida com tendência de subida, a inflação a subir e a esquerda a digladiar-se, não vão ser fáceis os tempos que se avizinham 

A erosão do PCP vai prejudicar os equilíbrios democráticos e o BE terá de repensar uma estratégia para fazer parte da solução governativa, que António Costa protagonizou pela primeira vez, e não do prolema que entusiasticamente se preparava para ser.

Sinto-me tranquilo com os resultados eleitorais, mas lamento o crescimento da direita, a explosão eleitoral do partido fascista e a perda de eleitorado da área da esquerda.

Espero que, no intervalo da luta eleitoral, haja condições para uma política de esquerda, sem aventureirismos que a economia não consente. Confio em António Costa a quem felicito vivamente.

Comentários

Monteiro disse…
Não confio em António Costa a quem felicito e vá lá vá lá que conseguiu a maioria de Esquerda que tanto cheguei a temer.
Jaime Santos disse…
A vitória do PS, Partido fundado por Republicanos Maçons, é uma bela homenagem à revolta falhada de 31 de Janeiro aqui no Porto, que, fiel às suas tradições democráticas, mandou o facho para um lugar bem lá abaixo na tabela. Aqui ao menos não passaram.

Viva o Porto e viva a República!

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