Opus Dei ou Opus Daemonii? (Subsídios para o conhecimento da seita)
É curioso como se urdiu a campanha contra a Maçonaria, especialmente contra o GOL, associando-a à Opus Dei, sob o alto patrocínio da direita jurássica e dos sindicalistas da ASJ e do SMMP, que representam os exóticos sindicatos judiciais, com a conivência da comunicação social. Os sindicalistas queriam expor quem fosse magistrado ou político. Sabendo da ilegalidade, era a forma de lançar suspeitas.
Foi uma vindicta a lembrar os
tempos do salazarismo, onde a Maçonaria era o inimigo, aliás, compreensível,
pela sua história na luta pela liberdade. Foi no seu seio que nasceu a
Revolução de 1820, o 31 de Janeiro, o 5 de Outubro e, até, o SNS, ainda que o
último tivesse o apoio e entusiasmo da esquerda parlamentar.
A associação à Opus Dei, com
razões para ser designada Opus Daemonii, para recordar o latim e o mito
religioso, foi um truque bem montado para fingir a isenção dos autores da
perseguição à maçonaria, que imaginam santa a outra.
Ainda duram as comemorações do
75.º aniversário da prelatura pessoal de João Paulo II, a principal
financiadora das suas atividades políticas, com evocações da freira Lúcia, que
tinha pacto com o Divino, conversas com Jesus Cristo e fazia recados a Maria.
Para recordar quem era o santo Josemaria
Escrivá, que compraria o título nobiliárquico, “Balaguer”, vale a pena lembrar
que foi um cúmplice de Franco e que os membros da seita estiveram sempre bem
representados nos seus Governos.
A avidez do dinheiro não fica
aquém da fé na Virgem Maria, fixação do fundador e dos seguidores, razão por
que estiveram na origem de falências fraudulentas de que os escândalos “Matesa”
e “Rumasa” foram paradigmáticos, em Espanha, e o do Banco Ambrosiano, cujas
orações de João Paulo II e a sua negação de extradição do Vaticano impediram o
arcebispo Marcinkus de ser julgado em Itália.
Em Espanha, os principais quadros
do partido fascista VOX são oriundos dos colégios da Opus Dei e da sua
Universidade de Navarra.
Em Portugal, o 75.º aniversário
tem sido objeto de exaustiva campanha de publicidade protagonizada pelo
primeiro padre da seita, em Portugal, o ora monsenhor Hugo de Azevedo, cujo
ideário fascista ficou bem plasmado no Jornal de Notícias onde foi colaborador
regular durante muitos anos.
Ponte Europa / Sorumbático
É ainda o vetusto sacerdote o
promotor da reedição de o “Caminho” e outras obras pias de Josemaria Escrivá,
mantendo silêncio sobre o império financeiro e económico, sobretudo no Chile,
porque a Opus Daemonii não se governa com ave-Marias, como diria o arcebispo
Marcinkus.
Ámen!
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