MISTÉRIO!...
Ontem foi publicado aqui (alegadamente por mim) um texto (alegadamente meu) que teria publicado há 12 anos, com o título "Fátima - Destino inevitável da fé".
Embora reconheça no texto ideias que partilho - logo, pode ser meu - a verdade é que não me recordo de o ter escrito!
Mas o mais curioso é ele ter ocupado o espaço de outro texto que publiquei no mesmo dia abordando a mal-feitoria que o governo quer fazer às mamãs que amamentam... e que desapareceu!...
Pode ter sido um invulgar "desaparecimento de Fátima"!...
Nestas coisas da electrónica, onde sou totalmente analfabeto reticente, tudo pode acontecer!...
Por isso decidi republicar o tal texto que milagrosamente desapareceu para dar lugar a um outro (conservando o tal outro porque me parece "bonito"!
Cá vai ele, mais a sua imprescindível ilustração legendada.
Tenham bom proveito.
Onofre Varela
MAMAR OU NÃO MAMAR: EIS A QUESTÃO
Por Onofre Varela
A polémica recém instalada por uma ministra crítica do direito à amamentação, fez-me lembrar duas coisas: a primeira é o abuso que, em qualquer situação, sempre acontece.
Recordo o direito que os trabalhadores-estudantes têm à dispensa de algumas horas de trabalho para estudarem, não só na normalidade do estudo diário, mas também, e principalmente, em vésperas de pontos e exames.
Este
é um direito que uns aproveitam, na sua totalidade, todos os minutos que a lei lhes confere... e outros não! Mas não podemos dizer que quem usufrui da totalidade dos direitos legais é um abusador. Abuso é a negação de tais direitos quando eles estão instituídos por lei Usá-los é cumprir o que a lei estipula.
A segunda coisa é o serviço social que algumas empresas oferecem aos seus trabalhadores. Aponto como exemplo uma que conheci de perto: a Companhia de Linhas Coats & Clark, empresa inglesa que foi estabelecida em Vila Nova de Gaia.
Na minha apreciação, a Coats & Clark era uma "empresa-modelo". Tinha cantina, serviços médicos e de enfermagem, e mais um infantário para os filhos dos seus empregados. As mães levavam os seus bebés para a empresa, entregavam-nos ao cuidado das técnicas do infantário, e na hora da amamentação tinham os filhos consigo, poupando tempo de trabalho.
Mas para que isto aconteça nas empresas nacionais, é necessário que o empresariado português o seja efectivamente, e não se fique pela habitual "ideia-pseudo-empresarial" de querer a máxima produção pagando o mínimo aos seus colaboradores e negando apoios sociais.
Crie-se o "empresário perfeito", primeiro; exija-se o "colaborador perfeito", depois.
Aliás... o "colaborador perfeito" existe. Os nossos emigrantes são assim reconhecidos em França, na Alemanha, na Suíça... onde trabalham bem e recebem o justo pelo seu trabalho.
Mas para se conseguir esta "perfeição" num mundo imperfeito como o que nós estamos a construir, é necessário que o Patronato seja, também, um "agente social" e não apenas "económico" com toda a carga negativa que o termo "economia" pode carregar.
Pergunto: por cá temos empresas com este interesse social e com o mesmo sentido humanista da Companhia de Linhas Coats & Clark?...
Ou os nossos empresários, na sua maioria, querem "mamar" mais do que os bebés das suas colaboradoras em fase de amamentação?
Na minha actividade de criativo gráfico, exercida antes de me dedicar a tempo inteiro ao jornalismo, tive ateliê de desenho e pintura (no centro histórico do Porto, junto à Torre dos Clérigos) onde exerci a actividade de ilustrador para várias empresas, das quais recordo a Porto Editora (ilustrando três livros de texto escolar por ano), entre outras empresas.
De entre elas conta-se a Companhia de Linhas (inglesa) Coats & Clark, para a qual produzi imagens que se destinaram a uma campanha das suas linhas comercializadas na Grécia.
Concebi várias peças representando animais vestidos.
Aqui mostro uma delas: a mamã koala com o seu filho nas costas, vestindo um pijama.
Hoje, estas brincadeiras gráficas fazem-se num abrir e fechar de olhos nos bancos das escolas primárias, sem qualquer problema nem especialização ou "jeito para desenho". Usando um telemóvel, qualquer criança o faz... mas, no tempo em que o fiz (início da década de 1980 [já lá vão mais de 40 anos]), não havia computadores gráficos.
Estas mensagens foram feitas "à unha", com recurso a recortes de revista e de livros, usando como ferramentas: tesoura, cola, pincel e guache, para retoques de cor realçando luz e sombra.
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