Silly Season (epílogo) – alegoria
A silly season acabou este ano silly, silly, silly, a mais
silly de sempre.
O presidente da Marcelândia não gosta do presidente da
Soviétia, talvez porque não lhe solicitou uma selfie ou o autógrafo, e o ódio
exacerbou-se quando este invadiu o país vizinho cujo presidente venera.
Depois da invasão foi tirar fotos com o adorado homólogo,
levar-lhe a venera, que este recusou, e prometer-lhe apoio à contraofensiva
militar que muito o desvaneceu, vindo do Comandante Supremo das poderosas
Forças Armadas do belicoso e temido general Nuno Melo. Depois da cópia da
Senhora de Fátima em barro, Kiev recebeu o original PR da Marcelândia em carne
e osso.
Regressou cheio de fotos e de garbo a ruminar vingança
contra o Vladimiro invasor e a rezar pela vitória do Vladimiro invadido.
O presidente da Marcelândia sabe que todo o mal vem da
Soviétia, disse-o a Irmã Lúcia, e ensinou-lhe o pai Baltazar que era o país
onde se comiam crianças ao pequeno-almoço quando esse país acusava os outros
países de comerem o pequeno-almoço às crianças.
Antes do Vladimiro já tinham nascido, no país invadido, celebridades,
Leonid Brejnev e Stepan Bandera, o primeiro já apagado dos manuais de História,
como Stalin fazia aos inimigos na Soviétia, e o último celebrado agora como
herói. Mas isto é um devaneio do escriba que se esquece do que quer escrever e
se esquece do protagonista da prosa.
O presidente da Marcelândia, depois do êxito a trocar de PM
e de PAR na Marcelândia, quer agora substituir o PR dos EUA, um estarola que
baralhou todos os comentadores e lançou o Eixo do Bem em polvorosa. Odeia-o,
apesar de ter referido antes uma alegada empatia entre ambos.
Foi este ódio que extravasou numa conversa em família na
Madraça de Castelo de Vide onde foi levar a palavra depois de Marques Mendes e
outros vultos da Marcelândia aos futuros mulás.
Sem precisar de ginjinha ou moscatel foi ali, que explodiu
perante os ávidos ouvintes com a acusação de que Trump é um ativo soviético
porque os ouvintes ignoram que a Soviétia foi encerrada há mais de três
décadas.
Depois da acusação, ornado com a Ordem de Jaroslau I de
Quieve, o Sábio, regozijou-se o mundo livre, mas deixou o embaixador da
Marcelância nos EUA a tomar calmantes e o P M e o ministro dos Negócios
Estrangeiros a rezar. A própria UE o acompanhou com o 19.º pacote de sanções à antiga
Soviétia, ora designada de Putinlândia.
Mas a Senhora de Fátima não os vai abandonar. E Trump que se cuide.
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