Portugal e a silly season – Portugal é lindo!
Portugal não precisa de silly season porque já são loucas as quatro estações do ano:
Tem Marcelo, todos os dias, várias vezes ao dia, após o
período de nojo pelo funeral do PS, iniciado com o oportuno parágrafo adrede
preparado. Agora, cumprida a missão de devolver o poder ao PSD, já começou a
vingar-se da ingratidão do PM e do desprezo a que este o vota. Temos de o
aturar mais 247 dias, e pode vir outro pior ainda!
Tem o PM a governar com o Chega e a anunciar publicamente
que reúne com o líder do PS, porque este lhe pede e ele condescende. Humilhar
quem disse que não o acossaria com a Spinumviva é mais gratificante do que ser
advogado da Solverde.
Tem Nuno Melo, especialista em guerras e tropas, de quem
Montenegro não pode livrar-se porque fez a Oferta Pública de Aquisição (OPA) ao
CDS e não o pode sacudir, como ao Gonçalo da Câmara Pereira, sob pena de perder
a marca AD.
Tem o führer luso a dar entrevistas e a enxovalhar
quem lhe chamar racista e xenófobo, porque o bom fascista não permite que lhe
chamem o que é. E de que se orgulha! Gosta de Deus, Pátria e Família porque lhe
interessa, e ama Trump, Orban e Netanyahu porque são líderes de democracias e
também são como ele.
Tem o PM que promete impedir o reagrupamento familiar de
imigrantes e cortar direitos aos trabalhadores. E vai para férias tranquilo! Tem
o PR que vergou, o PS que capitulou e o PGR que quis, enquanto procura executar
o programa AD/ Chega/ IL, para recuperar o eleitorado que os últimos comeram,
sem pensar que o PSD pode vir a estar na ementa.
Tem a ministra da Saúde repetente no governo que há de
chumbar no exame, quando se sujeitar a provas públicas, mas, até lá, o Luís
pode atacar a cultura, a ciência, a ética e a decência, só não pode tornar-se
respeitável.
Tem a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
que, sem quantificar, usa o pretexto de eventuais fraudes para abolir direitos
e prosseguir o implacável ataque aos direitos laborais dos trabalhadores.
Tem autarcas, com o país a arder, que autorizam fogos de
artifício porque sabem que os munícipes e os santos adoram música, procissões e
foguetes.
Portugal, se resistir, há de morrer a rir com a reincidência
no erro de casting no MAI, com a titular a fazer a leitura hesitante de
um papel escrito sobre os fogos.
E não há quem aconselhe a ministra a fazer como Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, a falar para um gravador, sem câmaras, enquanto a sua fotografia é projetada no ecrã?

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