XXV Governo Constitucional
Marcelo sente agora a ingratidão de quem levou ao poder e a quem transmitiu o encargo de gerir os recursos amealhados por governos do PS acrescidos dos do PRR em curso.
Amarga-lhe o desprezo a que é votado e mingua-lhe tempo para
a vingança. As suas diabruras empurraram Portugal para um regime que não quis
tão mau, mas é tarde para o arrependimento e escasso o tempo para fazer algo bom
depois de ter feito tanto mal.
Marcelo sabe, por experiência familiar, que os regimes
autoritários estão condenados a um fim violento, mas os atuais governantes
também sabem que duram muito, e que têm o tempo e os ventos a favor.
O eleitorado, cansado, deu-lhes o poder e o PS moderado, que
raio será isso, abdicou de fazer oposição e de esclarecer os negócios privados
do PM que, no mínimo, serviram, e servem, para fuga ao fisco.
Não sendo a ética nem os princípios uma referência deste
governo, porque ignora a ética e, quanto aos princípios, escolhe em cada
momento os mais vantajosos para conservar o poder, tem condições para durar
muito.
O alegado Centeno do PSD faz de Portugal um laboratório da
visão neoliberal e a IL já sente que lhe falta espaço. E o Chega fará tudo e o
seu contrário para chegar ao poder e substituir o Luís. Se lá chegar, pois o
Luís faz tudo o que o Chega quer, usa a receita que surtiu efeito durante 48
anos.
A única dificuldade do Chega é ter no Luís o André que
chegou primeiro.
Se o eleitorado não punir severamente o aventureirismo deste
governo, se não o derrotar nas próximas eleições autárquicas e permitir a
eleição de um PR indiferente ao futuro da Constituição, o regime encaminha-se
irreversivelmente para o fim.
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