Trump, a UE e o Brasil

Trump é o exemplar perfeito do que um governante não deve ser, mas pode. E é o mais poderoso PR do país mais forte, violento e dominador do mundo!

Não havendo em países democráticos tamanha concentração de poderes num só homem, e excedendo este os poderes legais que detém, só a resposta adequada dos países vítimas e a solidariedade entre si, podem evitar a catástrofe em que precipita o mundo.

Urge reconhecer que os EUA não são já uma democracia, e que, ao contrário de outros regimes autocráticos e de tenebrosas ditaduras teocráticas, tem o mais desequilibrado e megalómano dos líderes. Neste momento, é o mais danoso e assustador de todos.

A UE, com população, PIB e desenvolvimento aproximados aos dos EUA, devia ser o travão aos intoleráveis desmandos de Trump, mas o que sucede é a enorme covardia dos atuais líderes da mais auspiciosa integração de nações de todos os tempos – a UE.

A solidariedade com o Brasil e o Canadá devia ser uma exigência ética e um passo para a sua própria sobrevivência. O Canadá é vítima do aumento das tarifas pelo duplo crime de ter votado no Governo que Trump quis impedir e que aceitou reconhecer a Palestina como Estado. E a UE que capitulou nas suas tarifas assimétricas calar-se-á agora.

Acontece o mesmo com o Brasil, submetido à mais dura prova contra o ataque à sua democracia, tarifas brutais para os seus produtos porque não impede os seus Tribunais de julgar o autor de uma tentativa de golpe fascista, o seu amigo Bolsonaro.

O Acordo de Associação entre o Mercosul, de que o Brasil é o país mais importante, e a UE continua por entrar em vigor enquanto a UE vê fugir a China e ostraciza a Rússia na prossecução de una política externa de que Trump se afastou. 

E quanto a princípios éticos estamos conversados. A UE, tão assertiva na defesa das fronteiras da Ucrânia, parecendo às vezes que é Zelensky o presidente da CE, é tão timorata a defender as fronteiras da Síria ou a opor-se ao expansionismo da Turquia e de Israel e a repudiar as ameaças dos EUA à Gronelândia!

Quanto a Portugal não vale a pena falar. Se a política externa da UE é pusilânime, a de Portugal é um nojo. Nas condições para reconhecer o Estado da Palestina, as exigências são todas sobre a Palestina e nenhumas sobre Israel. Segue os países mais covardes da UE. Só o PR, agora paquete de Montenegro, consegue designar de prudência a abjeção.


Comentários

Parabéns por mais um excelente e lúcido comentário!
A UE anda à deriva, parecendo uma nave conduzida por loucos. Os políticos europeus entregaram todo o poder à comissão europeia, que não foi eleita pelo povo europeu, mas nomeada fruto do arranjo interesseiro das famílias políticas que destroem a Democracia em nome do seu interesse particular e da manutenção das suas prebendas e vidas fastosas no PE.
Quanto ao CEO da Spinumviva não passa de um capacho às ordens da D. Ursula. Não tem uma ideia! Boceja umas alarvidades enroladas que ninguém percebe. Não passa de um lambe botas da corja que conduz a União Europeia para o abismo da irrelevância. Vai custar-nos caro este suposto acordo, onde a maioria das aceitações são ilegais, pois os tratados impendem essas decisões.
Quanto ao acordo, o CEO da Spinumviva lá veio enaltecer o acordo, quando a maioria dos líderes dos países da UE mostrou reticências... até a Meloni.
Trump fez um negócio à laia da Spinumviva....
Obrigado pelo seu comentário. É para mim muito motivador.

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