Condecorações a brincar
O Sr. Duarte Pio, alegado descendente do ramo miguelista da família de Bragança, a facção trauliteira que pôs o País a ferro e fogo na defesa do absolutismo monárquico, diz-se aspirante ao trono de Portugal, seja lá isso o que for, sendo certo que não existe.
As revistas cor-de-rosa e outras publicações de idêntico nível fizeram do Sr. Duarte Pio, nascido no estrangeiro, o lídimo descendente da extinta realeza cujos genes o fazem remontar ao faraó Ramsés I (séc. XIV a. C.).
Não é, todavia, o destino de múmia que aqui e agora interessa.
O Sr. Duarte Pio, se os testes de ADN o confirmarem, é descendente de um traidor que, depois de restaurar o absolutismo e ensanguentar o País, foi obrigado a renunciar em Evoramonte a qualquer pretensão, para si e seus descendentes, ao trono de Portugal, antes da queda da monarquia e posterior extinção com a morte de D. Manuel II.
Não é a pouco recomendável matriz genética que está em causa, é a encenação pífia de quem se julga o que não é, com direitos que não existem e se comporta como se o País fosse outro. E, pior, há quem o leve a sério.
Na próxima quarta-feira o Sr. Duarte vai ao hotel Amazónia, no Jamor, tornar cavaleiros 47 elementos que integraram a selecção nacional de futebol, não esquecendo, além dos jogadores, o fotógrafo e o cozinheiro, com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. E eles aceitam!
Os próximos cavaleiros podem ser os nadadores salvadores agraciados com a Ordem dos Calceteiros Marítimos.
Comentários
É o caso do cozinheiro, do fotógrafo e dos jogadores.
O dono da condecoração já a ofereceu a figuras destacadas do regime que a declinaram.
Agora, um senhor, Pio de seu nome, resolveu, por livre arbítrio, em seu nome (porque nada mais representa), entregar condecorações à selecção que representou a República Portuguesa na Copa do Mundo de 2006.
Podia ter-lhe dado para engraxar as chuteiras dos seleccionados.
Ou não será isso que vai fazer?
Ao aproximar-nos dos 100 anos da implantação da República vamos assistir, cada vez mais, a estas fanfarronices - com o maior despudor. Do dito senhor e dos que aceitam participar nas rábulas.
Somos, de facto, um País a fingir.
Só pode.
Mas anda tudo doido ou quê? Ainda não terminou a silly season?
O POVO já há muito que trabalha, porra.
Mas quem é este Duarte Pio?... ou Shô Duarte ou lá como se chama.
Quer pia é? Gamela?
oPS, peço desculpa desta interrupção deste pequeno burdo pseudo-intelectual, já me esquecia que o CE é Laico, Republicano, Socialista e anti-futebol... isto é tem como idolo o grande e ché-ché Mário Soares...
Cada um tem a educação que lhe deram mas há-de concordar que, com um pouco de atenção, descobriria que o seu comentário nada tem a ver com o texto publicado.
Posr Scriptum - Não sou contra o futebol, sou ignorante no ramo.
O senhor não é só ignorante no futebol, desculpe que lhe diga... Mas intelectualmente e politicamente, faz grande concorrência à bola
Não foi este Sr. que, aí há uns anos, condecorou o Emanuel e a Ágata como "reis da música popular portuguesa"?
Não leve isto tão a sério, Carlos Esperança.
Preocupante é os futebolistas aceitarem entrar nesta palhaçada.
Mas, como diz o Carlos, isto é para as revistas cor-de-rosa, tão caras, tanto ao Sr. Pio como aos futebolistas...
Leio certos comentários e concluo que era um apressado pensamento.
Aqui ficou demonstrado mais uma vez a ignorância (e má vontade de compreender) que muitos cidadãos Têm, perante a Casa Real Portuguesa.
D. Duarte é grão mestre desta Ordem e como sinal de reconhecimento esta ordem é atribuida a "feitos notaveis à patria". Qual é o mal nisto??
Quantas Confrarias, Maçonarias,ordens, etc... existem por aí que fazem exactamente a mesma coisa ?
Mas como é o Sr. D. Duarte, tem de se criticar não é?
Claro que já entenderam que eu sou monárquico. Mas não é por isso que estou a escrever este Post, Estou a escreve-lo porque não posso deixar passar em claro a quantidade de falsidades e insinuações que estão contidas no post inicial. Mas não serei eu a ilucidar quem quizer que pesquize e aprenda.
Gostava de saber onde estão as falsidades.
a defunta monarquia de vez em quando brinda a malta com estas demonstrações de pobreza de espírito... não interessa para nada.
genuinamente tristes figuras são as dos nóveis "cavaleiros" da senhora de fátima da conceição e valha-nos deus
a rainha de copas é que tem razão: "cortem-lhes a cabeça".
Para mim, esse tipo é ZERO.
No meu país, é ZERO.
Quanto muito, será figura cómica.
Não o respeito, não o levo a sério e, por mim, pode ir morrer longe.
Ponto 2 No meu país, é ZERO.
Ponto 3Quanto muito, será figura cómica.
Ponto 4 Não o respeito, não o levo a sério e, por mim,
Ponto 4 pode ir morrer longe. "
Resposta:
ponto 1 - Respeito a sua opinião
Ponto 2 - o seu País tambem é o meu país e é muito complicado falar por todos não acha. (anão ser que tenha a ideia que todos pensemos da mesma maneira
Ponto 3 - figura comica? ok tu é que sabes. para mim figura Comica é a aristocracia republicana que designa qem será o proximo presidente da república. (ou ainda acham que é o povo quem decide?)
Ponto 4 - só demonstra a sua personalidade e o seu sentido de tolerância perante ideiias diferentes.
Ponto 5 - Nem devo comentar isto. vejo que é um grande defensor da liberdade e do humanismo.
O duartinho é mais digno de pena.
Tem a moleirinha toda lixada.
Eu até sou humanista, está a ver?
Tenho dó da figurinha que de real só tem o ridículo e a falta de "topete".
Temos uma Família Real exemplar e como tal, quem escreveu o que escreveu só tenho que dizer que são UNS MERDAS como Portugal é disso feito. Demonstram mesmo OS MERDAS QUE SÃO TAL E QUAL COMO O PAÍS EM QUE VIVEMOS extensivo aos seus desgovernantes!
VIVA A FAMILIA REAL PORTUGUESA!
Pio a governante na Graça de Jesus Cristo Superstar!
Já agora, o sr. comentador monárquico de refinada educação, já que está tão dentro da "nobre causa", poderia informar-me como vão os bastardinhos e dona isabelinha?
2 – Não há poder legítimo que não resulte de voto secreto e universal em condições de igualdade entre partidos;
3 – O poder hereditário e vitalício é a antítese da democracia;
4 – Em democracia, o poder vem do povo, não vem da «Graça de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo».
5 – Em Portugal, a família real, com «legitimidade» dinástica, extinguiu-se com D. manuel II.
6 – Os títulos nobiliárquicos foram abolidos em 1911;
7 – O uso de «D.» é uma exibição gratuita ao alcance de qualquer cidadão, sem a mínima legitimidade:
8 – As condecorações dadas pelo Sr. Duarte não têm qualquer valor simbólico e envergonham que colabora na farsa.
E Então as bacoradas que saem da boca dos republicaninhos burgueses fazem-me rebolar no chão.
Está tudo xoné da tola.
A argumentação usada é então o pico da retórica. Onde não há argumento há a burrice e o insulto gratuito. Enfim e depois perguntam porque é que o País está como está.
Quanto ao Sr. Carlos Esperança que ainda é dos mais comedidos, e não vou atacar o seu texto, pois já diz o ditado cada cabeça sua sentença, apenas vou responder aqui aos últimos pontos.
1 - A Democracia e Monarquia são dois conceitos diferentes e incomparáveis, que parece que ainda não foi colocado na mioleira de muita gente. Há democracia tanto em república como em Monarquia. Quanto ao facto do rei ter poder ou não, tem o poder moderador como tem o presidente das republica das bananas, e um monarca tem a legitimidade popular, ao contrário dos presidentezinhos que tem a legitimidade dos grupos de interesse.
2 - Se for verificar a história de Portugal e olhar para fora do seu cubículo verá que os monarcas são eleitos pelo povo, isto em cortes.
3 - Este é o único ponto em toda a retórica repúblicana poderá, à primeira vista ter alguma razão de ser mas que com um pouco de leitura por parte destes camaradas que reflectem o seu país rápidamente será ultrapassado.
4 - Tem toda a razão e na Monarquia POrtuguesa sempre assim foi
5 - Bom isto é uma questão muito discutivel pois se o sr. Carlos Esperança sse dignar verá que existiram os acordos de Dover (ainda que muitos o discutam), mas a chamada lei do Banimento foi revogada durante o estado novo.
6 - quanto a isto penso que não é bem assim mas não tenho os dados suficientes para lhe contrapor
7 - Existe o Instituto da nobreza que é o único órgão que pode conceder títulos
8 - Não têm para si mas têm para muita gente. É um conceito relativo, para mim esta república não me merece qualquer respeito e para si sim, o que podemos fazer.
É deixá-los, é deixá-los, que são inofensivos, coitados.
Eles, ou touros, o fado marialva, as condecorações, o Duarte Pio...
Enquanto andam entretidos não fazem asneira maior.
Veja o Regime dos países Asiáticos mais desenvolvidos, veja o Regime dos países mais desenvolvidos do Mundo, economica e socialmente.
E depois sou eu que sou parvo.
Não olhe à sua volta que não é preciso!!
(e quando se aperceber ficará a pensar quem são os parvos!)
Não confunda coincidências com causas.
A monarquia inglesa ainda não terminou por acaso. A sua simpatia pelo nazismo ia-lhe custando a sobrevivência como sucedeu a outras.
A Arábia Saudita também é monarquia.
Em África há várias.
Não vejo que lhe devam grande coisa.
Mesmo em Espanha, onde o rei é um democrata e uma pessoa de bem, a monarquia não resultou da vontade popular mas da decisão de um dos mais frios assassinos do séc. XX - Francisco Franco.
Países independentes
república = R Monarquia = M
Afeganistão R
Arábia Saudita M
Arménia (às vezes européia) R
Azerbaijão (parte asiática) R
Bahrein M
Bangladesh R
Brunei M
Butão M
Cambodja M
Cazaquistão (parte asiática) R
China R
Chipre (às vezes européia) R
Singapura R
Coreia do Norte R
Coréia do Sul R
Egito (parte asiática) R
Emirados Árabes Unidos M
Filipinas R
Geórgia (parte asiática) R
Iémen R
Índia R
Indonésia R
Irão R
Iraque ([1])R
Israel R
Japão M
Jordânia M
Kuwait M
Laos R
Líbano R
Maldivas R
Malásia M
Mongólia R
Myanmar R
Nepal M
Omã M
Paquistão R
Qatar M
Quirguistão R
Rússia (parte asiática) R
Síria R
Sri Lanka R
Tadjiquistão R
Tailândia M
Taiwan R
Timor-Leste R
Turcomenistão R
Turquia R
Uzbequistão R
Vietname R
Pegando nestes dados poderá por exemplo reparar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que analisa o desenvolvimento económico e social dos países, e verá quais são os mais desenvolvidos, e verá também quais são a "coincidências" que existem entre eles. Poderá também verificar quais são os que vivem em paz, e os que vivem em estado de guerra permanente, verá também quais são democráticos, e os que não são.
Depois venha-me dizer qualquer coisita OK.
Agora o que Digo é que Uma Monarquia não é nem condição suficiente nem essencial para o desenvolvimento de um país, mas que ajuda, ah isso ajuda, e para o verificar basta olhar à minha volta.
Também existem aqueles, que reflectindo sobre o assunto, acreditam que Uma monarquia não estará a montante mas sim a jusante, ou seja a estabilidade social promove a instituição monárquica.
Quando diz o diz da Monarquia Inglesa, penso que não conhecerá qualquer ingês, pois decerto que não faria tal afirmação. Não confunda "escandâlos" mediáticos com a instituição politíca.
A Arábia Saudita é uma monarquia, é um regime opressor sim, restricionista sim, mas ainda é um dos países mais normais daquela zona, e onde as pessoas vivem melhor económicamente (claro que isso não basta mas enfim.)
Em Àfrica há várias, mas não conheço os casos particularmente
Se a Espanha Hoje em dia existe como tal bem pode agradecer ao Rei, ao que ele representa, e ao trabalho que fez em prole do país. Claro que ele não é o único, mas foi talvez a peça principal na engrenagem politíca que permitiu a não desagregação do estado espanhol e foi o grande espoletador da democracia e desenvolvimento espanhol.
Sem ele e sem Monarquia hoje não tinhamos Espanha (se calhar tinha sido bom para nós)
Vejamos que o século XX Espanhol e Português em termos politicos quse se decalcam um do outro, aquando da transição democrática Portugal era mais forte económicamente e socialmente que a espanha, agora compare os últimos 30 anos, e qual é a Diferença?
Ah pois é!
é só um exemplo
Existem ainda outras monarquias tradicionais mas que estão integradas em estado republicanos
O seu post denota uma clara falta de educacao na forma como trata e tenta ridicularizar uma pessoa que, presumo, o Senhor nem conhece.
Apesar de nao ser monarquico, nao compreendo o seu "ressabiamento" perante o facto do Sr. D. Duarte condecorar pessoas que prestaram relevantes servicos ao pais.
Se calhar o senhor padece do tipico defeito luso da inveja e do bota abaixo tipico da provincia.
E pena mas cada um tem a educacao que tem.
Com os melhores cumprimentos,
Portugues Educado
P.S. Nao se preocupe que um dia um qualquer PR ha de se lembrar de si no 10 de Junho e la aparecera uma comendazinha para ficar todo inchado.
Embora não faça jus ao nome pela forma como me trata, aproveito para lhe dizer:
1- O Sr. Duarte foi tratado como merece. O «D.» só existe em Portugal para a dignidade episcopal;
2 - As condecorações estão reguladas por lei e a legitimidade do Sr. Duarte Pio em inventar outras é a mesma que a minha ou a sua;
3 - A imposição de uma venera à margem da lei só não é crime por se tratar de uma paródia;
4 - O Sr. D. Miguel, depois dos crimes cruéis que cometeu para restaurar a monarquia absoluta, da pedofilia ao casar com a sobrinha D. Maria II e de outras tropelias renunciou ao trono de Portugal:
5 - Hoje não há trono. Pode o Sr. Duarte dedicar-se a outras actividades.
2 - Acontece que, quer queira quer não, D. Duarte é o chefe da casa real portuguesa, que (parece que infelizmente para a maioria dos portugueses que gosta de renegar a sua história) foi reinante durante mais de 700 anos;
3 - É tudo tão à margem da lei que os políticos portugueses e internacionais têm boas relações com D. Duarte;
4 - Também vai ser culpado por aquilo que o seu bisavô fez ou deixou de fazer? Os tempos evoluem e comparações desse género só fica mal a quem as diz. Em relação à legitimidade, já foi respondida;
5 - Pois pode. E de facto o senhor deu mais uma prova de como nunca leu uma linha escrita por D. Duarte, para saber as suas ideias e actividades.
De uma forma geral:
Arranjem argumentos fundamentados, com pés e cabeça e coerentes (de preferência), para defenderem aquilo que dizem acreditar; pois de outra forma, só se cai nesta ridícula demonstração da ignorância que o povo português, de vez em quando, gosta de fazer lembrar.
Só em países sub-desenvolvidos é que não há lugar para debate e há tamanha falta de respeito. Cada um tem aquilo que merece, e os portugueses têm de facto, o país que merecem, como já foi referido.
Nunca se irá amadurecer para ter um debate sério, onde se apresentem os prós e contras de ambos os regimes, sobre um regime que existe com popularidades de 70% nos países mais evoluídos do mundo. Populações esclarecidas e não manipuladas como na maioria dos países “orgulhosamente repúblicanos”, com a sua sempre retórica.
Para eu aceitar de forma verdadeira e consciente este regime, eu teria de ver os portugueses a defender e argumentar de forma racional a sua posição, e tendo absoluta consciência da realidade teórica e prática de ambos os regimes, e não com comentários dos que aqui vimos (que só demonstram falta de argumentação e de razões), ou outros, quando partem para as fabulosas descrições dos séculos XIX e XVIII.
Por que motivo as monarquias, que foram o único regime de um determinado período histórico, têm vindo a acabar?
P.S.: Considero que há monárquicos democráticos como o provaram Barrilaro Ruas e Ribeiro Teles. v.g..
Aos que já tiveram monarquias duradouras (e não de apenas uns anos, como os países de leste, excepto a Rússia), foi culpa da mentalidade desses países, e também dos seus governantes. Portugal, Alemanha, Itália por exemplo, chegaram a ter monarquias constitucionais, onde o primeiro-ministro detinha o poder executivo, e o monarca o poder cada vez mais limitado, mas devido às mentalidades retrógadas, ao despesismo da classe política, e à falta de consciência do bem comum, aliando-se a uma nova ideologia repúblicana que fazia acreditar (tal como a comunista, embora mal comparado) num mundo de total democracia e escolha do povo, defendeu-se que a revolução era o único caminho para o desenvolvimento.
Ora, não só isso se prova que é mentira na maioria dos países que deixaram de ser monarquias, como está já provado que os mais evoluídos e inteligentes conseguem desenvolver-se muito melhor se aliam o progresso e desenvolvimento ao reconhecimento histórico do seu passado, e a uma certa tradição na chefia de Estado.
Portugal é o típico exemplo de como a passagem de uma monarquia para uma república nada fez a não ser uma completa lavagem cerebral, e uma renegação de todo o seu passado.
Estamos no mesmo atraso e na mesma incompetência que há 100 anos, so que desta vez, não respeitamos a nossa memória colectiva (bem diferente dos países nórdicos, por exemplo), e isso, pode fazer toda a diferença.
O problema nunca esteve no regime monarquia/república, está pois nas mentalidades.
A única diferença é que uma família real reinante respeita o passado e promove uma coisa que não existe em Portugal: educação, respeito, humildade, cultura e descrição.
Este exemplo vindo de cima, faria uma enorme diferença.
Bem haja pela pertinente questão.
Respeito as suas convicções mas não deixarei de as combater democraticamente.
Esqueceu-se da França e da Grécia e talvez valha a pena voltar a lembrar que a actual monarquia espanhola (apesar da simpatia que me merecem os membros da Casa Real) é fruto da prepotência de um dos grandes crminosos do século passado - Francisco Franco, que derrubou a legítima República.
Continuo a pensar que não há poder legítimo sem eleições livres, com prazo de validade definido e sem concorrência partidária.
Mesmo o poder judicial só é legítimo em democracia.
"Esqueceu-se da França e da Grécia e talvez valha a pena voltar a lembrar que a actual monarquia espanhola (apesar da simpatia que me merecem os membros da Casa Real) é fruto da prepotência de um dos grandes crminosos do século passado - Francisco Franco, que derrubou a legítima República"
Eu não me esqueci de nada. Se leu bem o meu post anterior, eu disse que "...não só isso se prova que é mentira na maioria dos países..." em relação às expectativas republicanas.
Depois da primeira república francesa e de Napoleão, este país volta a ter uma monarquia, mas desta vez constitucional, até 1870, salvo erro. Passou posteriormente a ser uma república presidencialista, e já vamos na 5ª. Eu, de repúblicas presidencialistas conheço as das américas, e é o que basta.
A Grécia referendou a questão, ao contrário de Portugal, depois de ter voltado a ser uma democracia. O rei Constantino não concordou com a ditadura militar, e depois de uma tentativa falhada de contra-golpe, refugiou-se.
Da excepção nasce a regra, e a Grécia foi um dos raros exemplos disso.
Quanto a Espanha, de facto a segunda república foi instaurada por via de eleições, Afonso XIII saiu do país, sem grandes escândalos. O mesmo se diz da actual monarquia espanhola, cuja constituição foi aprovada com 80% do total de votos.
"Continuo a pensar que não há poder legítimo sem eleições livres, com prazo de validade definido e sem concorrência partidária. Mesmo o poder judicial só é legítimo em democracia." Se acha que o poder judicial é legitimo, e atenção que estamos a falar de um verdadeiro poder, que condiciona a nossa vida, não percebo a sua confusão para um tipo de poder, que não é um poder que nos condicione, é um poder moral, que transmite determinados conceitos gregos para os portugueses.
O verdadeiro poder, o que nos condiciona a vida é o do poder executivo e legislativo. São, pois, sufragados com concorrência partidária e prazo de validade definido.
A república é em teoria o regime mais democrático, mas aquilo que vemos na prática, é que o monárquico promove melhor o seu funcionamento.
Quanto à legitimidade do chefe de Estado rei, este é mais do que sufragado diariamente, com as inúmeras sondagens e opiniões. Não acredito que populações esclarecidas e desenvolvidas como as nórdicas, se quisessem remover as suas monarquias, o poder político não as ouviria. São as que mais activamente participam na vida política activa, e têm o resultado que se vê.
As famílias reais têm consciência de que têm de se comportar de certa forma e de corresponder às expectativas das populações, caso contrário, serão removidas fácilmente, tal como aconteceu com outras.
As pessoas não se importam com ideologias, o que querem é que os seus problemas sejam resolvidos. Não foi o caso dos finais do século XIX e primeira metade do século XX em que as ideologias políticas eram mais que muitas, mas no fim, os países que permaneceram com o seu regime, e que souberam evoluir naturalmente, acabaram por vencer: as monarquias dos países desenvolvidos e a república da Suíça.
Bem haja,
Diogo.
Não tem que agradecer.
Num blog republicano, socialista e, no meu caso, ateu, a diversidade e a livre expressão são respeitáveis e respeitadas.
O pluralismo é a base da democracia.
Não considero que as minhas opiniões sejam fixas, pois posso encontrar melhores argumentos que me façam reavaliá-las.
Melhores cumprimentos.
Diogo.
Dedicado ao Kaos, e a alguns membros da minha família, por razões óbvias
No Princípio, era Godoy
-- cavalo do bom, "ia" ao marido e à mulher --
e gerou, de Maria Luísa de Bourbon-Parma, sua filha Carlota Joaquina,
que, por sua vez, gerou do Marquês de Marialva -- bicha do piorio, a quem Bedford, vinha de propósito, de Londres, fazer broches (tal qual como os nosso colunáveis vão hoje à favela brasileira -- agarra, Monchica, esta é directinha para ti!...).
que, dizia eu, gerou do Marquês de Marialva e do Jardineiro do Ramalhão,
Sua Majestade D. Miguel I de Portugal, e dos Algarves,
numa época chamada "Absolutismo", e que se caracterizava por, sempre que ela -- a maior puta que se sentou no Trono Lusitano -- tinha cio, mandar subir ao quarto o mancebo de libré que lhe guardava a porta. Eles saíam do colchão bem mais leves, e muito mais patenteados, uma espécie de Miss Fardas da altura, mas num nível de putice mais solene e majestático.
D. Miguel I ficou conhecido, em Portugal, pelas suas garraiadas, que eram uma espécie de "aceleras" da Ponte Vasco da Gama, mas montados a cavalo, e num "salve-se quem puder" do esborrachar o Zé Povinho. Quando não os esborrachava, nas garraiadas, dava-lhes com a moca, tendo passado para a História os célebres "Caceteiros Miguelistas" (deviam ter um ar parecido com o do "Major"...). As guerras entre Liberais e a Corja Miguelista fizeram multidões de mortos, e lançaram o país na mais profunda ruína.
Por estas coisas e outras tais, exilados, para SEMPRE, pela Carta Constitucional de 1834, dedicaram-se os Miguelistas a pôr ovos -- já não fecundados pelo Jardineiro do Ramalhão -- por terras austro-húngaras, bávaras, alemãs-"avant-la-lettre" e suíças.
Foi D. Miguel (II) gerado, por seu pai, da Freira Adelaide, e nunca lhe passou essa costela da beatice: quando Pio IX, um calhamaço de empatanço histórico, dogmático, e anatemizador da Felicidade Humana --- o João Paulo II da época -- se levantou contra a Reunificação Italiana, D. Miguel (II) apresentou-se-lhe, todo travestido de Zuavo, dizendo "que estava às ordens de Sua Santidade" para tudo o que fosse reaccionário, violento, e exterminador.
Era um homem de bem: aquando da I Guerra Mundial, já ocupava um alto posto no Exército Austro-Húngaro, por acaso, entrado em guerra com Portugal. Alguém lhe assoprou ao ouvido que ditava o mínimo bom senso que abandonasse essa hierarquia do exército que estava em luta com a pátria do seu pai...
De Dona Maria Teresa de Loewenstein-Wertheim-Rosenberg, gerou D. Miguel (II) seu filho D. Duarte Nuno, nascido no Castelo de Seebentein, em terras de Áustria, portanto, nascido cidadão austríaco.
D. Duarte Nuno viveu períodos muito atribulados da nossa história, a ascensão do Salazarismo, regime que sempre lhe cheirou bem, ao ponto da Câmara Corporativa se ter sobreposto aos actos do Regime Monárquico, permitindo -- única coisa com que humanamente aqui concordo... -- o regresso desse ramo familiar a Portugal, sempre que o quisesse. Em troca de sacar os bens da Casa de Bragança para o Estado Português, Salazar, rata sábia, deu-lhe um osso para ir roendo, o de poder usar o título -- enfim, não é título... -- de PRETENDENTE.
Ele adorou e roeu.
Não se conhece, a D. Duarte Nuno, nenhum acto de condenação do Totalitarismo que imperou, em Portugal, durante 48 infindáveis anos. Quando a II Guerra começou, basou logo para a Suíça, onde gerou o cidadão helvético Sr. D. Duarte Pio João Miguel Henrique Pedro Gabriel Rafael, Príncipe da Beira, e seus dois irmãos, uma bicha -- mais uma -- D. Miguel, e D. Henrique, reconhecido pela Ordem da Grã-Cruz dos Oligofrénicos.
Perguntavam à mulher do pai de um amigo meu, por que mantinha ele relações de convívio com Duarte Nuno, e a senhora, muito dignamente, costumava responder que "devia ser por serem ambos bêbedos e terem dois filhos atrasados mentais".... Mães de antigamente...
Não me venham perguntar do que é que eles, Miguelistas, viviam: na altura, ainda não se branqueavam capitais, não se usava o Futebol como cortina do Tráfico da Droga, o Tráfico de Armas era limitado à Alemanha Nazi, sob o disfarce da Cruz Vermelha. Certa, a única fonte que se lhes conhece era uma renda, recebida na Rua António Maria Cardoso, até 25 de Abril de 1974, por causa de uns inquilinos discretos, chamados PIDE, a Polícia Política do Regime, e até eram gente pacata, só se ouvindo gritos quando davam choques eléctricos nos genitais, arrancavam unhas, moíam à cacetada os interrogados, ou mandavam, para os anjinhos, de quando em vez, um deles. Afora isso, foram sempre gente certa, pagadora, e permitiram comprar muitos dos sorvetes que D. Duarte Pio chupava.
Vem tudo isto a propósito de mais uma cretinice da Socratina -- que, violando toda a História de Portugal, sobrepondo-se às decisões radicais da Carta Constitucional, e dos Actos de Banimento da Primeira República, esquecendo o que o exilado D. Manuel II tinha respondido aos Integralistas Lusitanos, de que "a coisa monárquica estava encerrada em Portugal" -- D. Manuel II foi dos poucos decentes, de entre a longa linhagem de gebos bragantina: bibliófilo e esteta, casado com a lindíssima Maria Augusta de Hohenzollern, cedo percebeu, no seu exílio inglês, que não se podia pretender ser Rei de um país já então completamente desintegrado das suas raízes -- e, dizia eu de que, a Socratina, ultrapassando mesmo, as ingerências do Estado Novo, decidiu, de um dia para o outro, que D. Duarte Pio, Senhor de Santar e Senhorio da PIDE, passava de "pretendente" a... HERDEIRO do Trono de Portugal.
Muito gostava eu de que a Sonsa, que nos governa, explicasse este pequeno milagre da Fé. Suponho que seja o seu pequeno "Simplex" monárquico, mas saiu-lhe, e saiu-se, mal. Por mais que ela se abespinhe e ponha em pontas, não há "herdeiros" do Trono de Portugal, há "pretendentes", e, no caso vertente, o Pretendente da Fraca Figura. Por oposição, daqui saúdo D. Juan Carlos de Bourbon, estadista exemplar, e figura maior do séc. XX, restaurador da Democracia em España, símbolo tutelar do desenvolvimento de um dos países mais prósperos da União Europeia. Arranjem-me um rei desses, e até eu o reconheço já amanhã.
Perguntem ao Sr. Dom Duarte Pio se sabe o que é feito dos seus antigos inquilinos da PIDE. Parece que, em substituição, e o valor não veio a lume, mas lembro-me de ser, há uns anitos, coisa já a rondar os 5 000 €. E quem paga?... Pois paga o Estado Português, eu e você. leitor, uma renda, superior a 5 000 €, ao ex-senhorio da PIDE. Dá vontade de perguntar se um gajo, que nunca sentiu o cheiro dos seus inquilinos, seria capaz de reconhecer, pelo olfacto, os seus 10 000 000 de pretensos súbditos. Quanto a mim... não.
De armas na mão, a minha família combateu os antepassados desse... cavalheiro; cosidos com as sombras, foram diversas vezes vítimas das perseguições dos seus inquilinos da Rua António Maria Cardoso.
Nessa tradição, é assim que aqui lhe pinto hoje o retrato. É pessoa que não me merece qualquer respeito, excepto alguns vagos juízos patéticos, sobre mais uma das muitas peças do nosso grande património histórico degradado: para todos os efeitos não passa de mais um fóssil, de inteligência duvidosa, que descende, em teoria, e em linha directa, através de duas bastardias, de Eudes, e de Hugo Capeto, Conde de Paris, o que, para os apreciadores dessas coisas, não passa de uma mera curiosidade genealógica, e, a mim, não consegue arrancar-me, sequer, o ar crispado e sisudo com que estive a redigir este texto.
Muito boa noite.
Mas outra vez a falar-se do século XIX e XVII?! Das desgraças morais que se cometeram na altura?
Mas alguém no século XXI tem culpa do que aconteceu nesse tempo?
Nem eu, nem ninguém tem culpa dos seus antepassados. A única diferença é que os descendentes dos reis têm o seu escrito e às vezes de forma detalhada.
Por isso, não venham com ares moralistas desses, como que se os valores do século XXI fossem uma obrigatoriedade no século XVIII, e só a família real portuguesa é que não os cumpria.
Legitimidade outra vez?...
Ainda bem que falou em D. Manuel II, que só o deve respeitar porque diz que este disse que a monarquia estava finda. Onde é que isso está escrito? Mas de facto, na altura, estava mesmo. As revoluções terceiro mundistas já tinham chegado, e ainda não acabaram (porque este país não aprende).
Juan Carlos? Não colaborou igualmente com Franco? (claro que com o intuito de trazer a democracia para aquele país).
Nós não podemos dizer o mesmo para o nosso lado, porque ao chefe da casa real da altura não lhe foi dado poder nenhum. E mesmo que tivesse outros ideais, o caminho era um (tal como em Espanha: a democracia).
Os portugueses gostam muito da monarquia espanhola e da sua casa real. Mas quando se trata de trazer o mesmo modelo para cá, ai isso é que não! É o típico do tudo o que vem de fora é que é bom.
A família real até podia ter os ideiais mais absurdos e retrógados do mundo (quem lê as suas opiniões vê que não), mas se fosse reinante teria que se cingir aos poderes que lhes seriam conferidos na constituição.
E não são eles que a fazem; são os constitucionalistas, com uma orientação ideológica por parte do partido que vencer eleições para a A. Constituinte.
Estava eu a ler uma edição, que me ofereceram, aliás, com uma encadernação muito bonita, do Protocolo de Estado, quando verifico, com surpresa, que tinham mesmo tirado de lá o Cardeal-Patriarca.
Ora, já algures, num "post", aí para trás, disse porque discordava disso. Embora não-católico e não-cristão, a figura do Cardeal-Patriarca representa, para muitos portugueses, um determinado valor, que ultrapassa o opinativo. Personalizando -- o que não deveria -- até acho este Cardeal-Patriarca um pândego, e penso, mesmo, que, se não estivéssemos a viver os tempos lúgubres da ascensão de todos os fundamentalismos, ele daria um excelente Papa João XXIV.
Continuando a leitura, verifico que também de lá tiraram o Hermann (!), aliás, suponho que pelos mesmos motivos, embora ignore, ou prefira ignorar, os motivos pelos quais, alguma vez, esse Senhor Krippahl terá entrado para a Lista do Protocolo de Estado...
Por ali fora, por ali fora, de repente, dou de conas com o Duarte Pio, "Herdeiro" (!) do Trono de Portugal... Bom, o Pretendente passava a Herdeiro, e, em contrapartida, tiravam o Patriarca.
Acontece que, ao contrário do "Herdeiro", o Cardeal Patriarca é um título de um tempo em que fomos magníficos, e nos dávamos ao luxo de ter um Patriarca das Índias, do Oriente, de todas as Rotas, da nossa Aldeia Global Lusitana, ou seja, convidar o detentor dessa designação, não era convidar a cabeça de uma confissão religiosa maioritária, mas antes era um sinal heráldico de uma certa grandeza armilar, velhas jóias de família, que não envergonhava ninguém poder continuar a mostrar.
Em seu lugar, temos agora Duarte Pio, do ramo banido e reaccionário da Casa de Bragança, o ramo caceteiro, mera curiosidade de uma má história, representante do tempo em que nos fomos tornando mais pequenos, cada vez mais limitados, e medíocres, ao ponto de, como num filme a preto e branco -- um certo Fritz Lang -- só sobrar uma sala de paredes frias, e uma luz cegante, pendurada no tecto, apontada à face de pessoas, impedidas de dormir, noite atrás de noite, tortura após tortura, na Rua António Maria Cardoso, numa sombria assoalhada, alugada a esse mesmo senhor Dom Duarte Pio, tão-só para ali serem condenadas, pela simples defesa da curta palavra "Liberdade".
No início do séc. XXI, o medíocre Portugal do medíocre Sr. Sócrates deu-se ao luxo de arrancar da Lista do Protocolo de Estado um Patriarca dos Tempos de Glória, para o fazer substituir por outra figura ainda mais medíocre e parda, a figura do Bragança Sénior, Senhorio da P.I.D.E.
Parabéns!
Mais simbologia tem o herdeiro e actual chefe da casa real portuguesa, que foi reinante durante mais de 700 anos.
E nunca percebi a presença da família real portuguesa nas cerimónias de Estado, uma vez que a república não permite a escolha (ainda por cima, num contexto em que muitos dos parceiros portugueses são monarquias). Isto é notavél.
Volto a repetir: que culpa tem alguém daquilo que de mal foi feito pelo seu bisavô?
E quanto a legitimidade, tem-na toda, porque a lei do banimento foi revogada à 50 anos, e a actual democracia portuguesa não se pronunciou propriamente contra alguma modificação; muito pelo contrário.
Volto a repetir esta ideia, mas com palavras diferentes: Juan Carlos também foi "comparsa" do regime de Franco, e é um democrata, como diz.
O facto de sermos colaborantes com um regime, não quer dizer que concordemos com ele.
Podemos estar a crer fazer uma outra coisa: dar um passo atrás, para depois dar dois à frente.
Não sei se foi isso que aconteceu ou não, e mesmo que os Bragança estivessem de acordo com o regime, volto a dizer que até poderiam estar, mas se fossem família real reinante ter-se-iam que cingir aos seus poderes simbólicos e representativos, e se não os cumprissem bem, seriam removidos.
Todas as casas reais europeias e mundiais dos países democráticos sabem disso, e D. Duarte também.
Quanto ao estado novo foi, até hoje, a melhor materialização da mediocridade e mesquinhez portuguesa, disso não tenho dúvidas. Não foi inventado por Salazar, este apenas lhe deu maior visibilidade.
Os países mais evoluídos, face a uma situação de ditadura, saberiam dar a volta para obter melhores resultados. Foi o que fez Juan Carlos.
E não bater de frente, pois terapias de choque não dão resultados positivos, só criam lacunas ainda piores que só faz mal a quem as praticou.
Espanha deu a volta e venceu. Portugal bateu de frente e perdeu.
Um tem uma reconciliação do presente com o passado; o outro tem um divórcio autêntico com tudo o que ficou para trás (sintoma do bater de frente, bater este que vem desde 1910).
O primeiro tem 500 anos de história comum, o outro tem 900. Curioso.
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