Colômbia - Excomunhão ou desespero?
A América latina é um laboratório político onde a Igreja católica persiste em posições despóticas que já abandonou na Europa.
Da Igreja exige-se um nível de compreensão e humanidade de acordo com a formação académica e experiência de vida dos seus altos dignitários.
É inaceitável que o cardeal Alfonso López Trujilho, na defesa de convicções legítimas, mantenha uma cruzada terrorista contra a legitimidade democrática e uma decisão que os médicos tomaram de acordo com a lei e a sua consciência.
A violação de uma criança de onze anos, crime de que resultou uma gravidez, levou os médicos a proceder à interrupção voluntária, a pedido da menina e da mãe, no uso de um direito que a Justiça consagra, desde 10 de Maio último, para «casos de estupro, má formação de fetos e em caso de risco de vida da gestante».
A ameaça de excomunhão para todos os católicos que participaram na interrupção da gravidez é um acto de coacção psicológica num país de intensa religiosidade, com a agravante de mobilizar os sectores mais reaccionários da sociedade contra uma lei que a saúde pública exige e a consciência moral da maioria dos europeus sanciona.
O cardeal não desiste de fazer revogar a lei, mas a insensibilidade perante a gravidez de uma menina de onze anos, vítima de estupro, há-de contribuir mais para o descrédito da igreja do que para a salvação da sua alma.
Da Igreja exige-se um nível de compreensão e humanidade de acordo com a formação académica e experiência de vida dos seus altos dignitários.
É inaceitável que o cardeal Alfonso López Trujilho, na defesa de convicções legítimas, mantenha uma cruzada terrorista contra a legitimidade democrática e uma decisão que os médicos tomaram de acordo com a lei e a sua consciência.
A violação de uma criança de onze anos, crime de que resultou uma gravidez, levou os médicos a proceder à interrupção voluntária, a pedido da menina e da mãe, no uso de um direito que a Justiça consagra, desde 10 de Maio último, para «casos de estupro, má formação de fetos e em caso de risco de vida da gestante».
A ameaça de excomunhão para todos os católicos que participaram na interrupção da gravidez é um acto de coacção psicológica num país de intensa religiosidade, com a agravante de mobilizar os sectores mais reaccionários da sociedade contra uma lei que a saúde pública exige e a consciência moral da maioria dos europeus sanciona.
O cardeal não desiste de fazer revogar a lei, mas a insensibilidade perante a gravidez de uma menina de onze anos, vítima de estupro, há-de contribuir mais para o descrédito da igreja do que para a salvação da sua alma.
Comentários
Boas para todos.
CRESCIMENTO ECONÓMICO NÃO É DESENVOLIMENTO.
É uma evidência que a Igreja católica persiste com posições despóticas na América Latina, posições essas que já tinha abandonado na Europa como disse. Acontece que a economia da América Latina (que compreende todos os países do continente americano que falam espanhol, português ou francês, bem como outros idiomas derivados do latim, compreende a totalidade da América do Sul e da América Central) cresceu durante 2005 cerca de 4,3 por cento, cujo comportamento se manterá, graças a um panorama internacional favorável, durante 2006. Todavia a região continua crescendo por baixo da média do mundo em desenvolvimento. Ora o problema está aqui; o país cresceu mas não se desenvolveu.
Desenvolver-se em termos de País ou área geográfica quer dizer que se sabe actuar dentro dos parâmetros da Declaração de Direitos do Homem. Este sim, é um sintoma de desenvolvimento que não está a acompanhar o crescimento económico daquela zona do globo, onde aconteceu a violação de uma criança de onze anos, crime de qual resultou uma gravidez e que levou os médicos a proceder à interrupção voluntária,(diga-se correcta e legitimamente) a pedido da menina e da mãe, no uso de um direito que a Justiça consagra, desde 10 de Maio último, para «casos de estupro, má formação de fetos e em caso de risco de vida da gestante».
É inaceitável que, face a esta situação, a igreja ameaçasse de excomunhão todos os católicos que participaram na interrupção da gravidez. Concordo ser igualmente inaceitável a atitude do cardeal Alfonso López Trujilho, que, na defesa de convicções legítimas, mantenha uma cruzada terrorista, contra a legitimidade democrática e contra uma decisão que os médicos tomaram de acordo com a lei e a sua consciência.
E concordo também, que, se, o cardeal não desistir de fazer revogar a lei, há-de contribuir mais para o descrédito da igreja do que para a salvação da sua alma.
JS
Sendo uma escola importante na teologia da Igreja Católica - pelo enfase que confere à situação social humana, foi ferozmente combatida pelo Vaticano (Ratzinger à cabeça).
A Teologia da Libertação não nasce, por acaso, na América Latina mas é o fruto das gritantes questões do desenvolvimento, e para falarmos mais claro, filha das insuportáveis situações de probleza e das condições infra-humanas de vida (fome, p. exº.) que, aí, proliferam perante a passividade cristã, o alheamento político dos governantes e, também, a devota atitude do cardeal Trujillo.
Gustavo Gutierrez, teólogo peruano, foi um dos mais influentes impulsionadores desse movimento.
Mas a "ira" de Ratzinger revelou-se - de modo que podemos chamar de "pouco"cristão - contra o teólogo brasileiro Leonardo Boff. E, paralelamente contra os jesuístas de algum modo envolvidos neste movimento.
O cardeal Alfonso López Trujillo, também um latino-americano(colombiano) é, por assim dizer, o continuador, na Cúria Romana, de Ratzinger.
Foi um dos principais oradores do recente "comício" realizado pela Opus Dei em associação com o PP espanhol, que teve lugar em Valência, sob os auspícios de Bento XVI.
Voltemos à Teologia da Libertação.
Ratzinger chamou Boff a Roma e foi o que se sabe - e o que a História vai continuar revelar na integra e com verdade:
- humilhou-o;
- castrou a sua dignidade;
- ABORTOU a sua capacidade de intervenção social e apostólica perante os oprimidos;
- etc.
Tudo isto para concluir que a tal Igreja Católica Romana, que atira o cardeal Trujillo para o ridículo, também faz ABORTOS.
Em condições precárias -
...nos claustros do Vaticano e na sombra dos gabinetes da Cúria!