Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Para quem gosta tanto de liberdade "É ESCUSADO. NÃO POSSO TER OUTRO PARTIDO SENÃO O DA LIBERDADE" MIGUEL TORGA é esquisito preocupar-se tanto com a liberdade que têm os outros de acreditar num outro tipo de sociedade. Dos cerca de 80 artigos já postados em Outubro para aí uns 20 é para "agulhar" os crentes. Há um outro que têm sentido mas a maioria é só para denegrir, lavar roupa suja ou fazer crer que o Ateismo é a grande religião.
O Estado ateu é tão perverso como o Estado confessional. Tivemos disso na história recente e não ficámos com saudade.
O Estado deve ser neutro. Só assim pode defender as crenças, descrenças e anti-crenças de cada um.
Bater-me-ei pela laicidade, que me obriga a combater a interferência da religião na política. Considero isso um dever de cidadania.
E tanto me indigna a morte de uma freira cristã no Iraque, por fanatismo islâmico, como as mortes de republicanos pelos católicos que se reclamavam da vontade divina ou as desvairadas manifestações do clero espanhol «actual» contra a descoberta dos crimes franquistas.
Eu respeito os crentes, não as crenças.
No caso de Cavaco, depois da derrota política a que se juntaram vários deputados do PSD, podia guardar a catequese para uso doméstico.