Momento de poesia
Cachão da Valeira
À Teresa Firmino, por ocasião
da sua primeira visita ao
vale do Douro
Foi no meio das águas turvas e barrentas
do Douro
que os meus olhos inocentes
da infância
viram o clarão da bíblica visão
da criação do Mundo, ali,
no grande cachão,
onde os rabelos se despenhavam
largando a grossa carga e afogando gentes...
Rio maduro e violento
rasgando xistos, cavando o vale,
ora se finando na secura dos estios
ora galgando as margens, alagando quintas,
nos invernos duros das cheias
com as águas endoidecidas à deriva
repetindo o Dilúvio Universal...
Foi dali, do cachão da Valeira,
que olhei as imensas penedias
erguidas na vertical do meu espanto
e dominadas pelo vôo da águia real...
A terra fervia em lume brando
no seu telúrico silêncio
cortado pelo piar das aves...
Pensei por um momento
que foi dali, daquele mítico lugar,
que Deus criou o Homem,
depois de ter criado, também dali,
o Céu, a Terra e Mar...
Alexandre de Castro - Agosto de 2004
À Teresa Firmino, por ocasião
da sua primeira visita ao
vale do Douro
Foi no meio das águas turvas e barrentas
do Douro
que os meus olhos inocentes
da infância
viram o clarão da bíblica visão
da criação do Mundo, ali,
no grande cachão,
onde os rabelos se despenhavam
largando a grossa carga e afogando gentes...
Rio maduro e violento
rasgando xistos, cavando o vale,
ora se finando na secura dos estios
ora galgando as margens, alagando quintas,
nos invernos duros das cheias
com as águas endoidecidas à deriva
repetindo o Dilúvio Universal...
Foi dali, do cachão da Valeira,
que olhei as imensas penedias
erguidas na vertical do meu espanto
e dominadas pelo vôo da águia real...
A terra fervia em lume brando
no seu telúrico silêncio
cortado pelo piar das aves...
Pensei por um momento
que foi dali, daquele mítico lugar,
que Deus criou o Homem,
depois de ter criado, também dali,
o Céu, a Terra e Mar...
Alexandre de Castro - Agosto de 2004
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