“POLITICA PARA A DEFESA”. Opinião de um leitor
Por
Barroca Monteiro*
«É prioritário o reforço da segurança. Então, se calhar é necessário reforçar as despesas de segurança, mas em detrimento das verbas para as forças armadas clássicas» - Eduardo Catroga, no DN (5Out08).
Afirmação resultante de um crescendo de preocupações com a segurança interna, esta como outras, a pretender socorrer-se daquilo que o Estado gasta com as FA (habitual). Quanto à GNR, viu-se reformulada em 2007 com a extinção de três cargos de general, logo recriados noutras funções!
Temos hoje no país quatro dezenas e meia de milhares de agentes nas forças de segurança (PSP e GNR) para quatro dezenas de milhares na Defesa/FA. O OE/MDN estipula para a Defesa o valor de 2.114,7 milhões. Porquê e para quê?
Na reforma da Defesa/FA do Canadá, levada a cabo há anos, concentraram num único edifício o ministério, o chefe do Estado-Maior da Defesa e os comandos dos três ramos; encerraram as academias militares ficando apenas uma; concentraram todos os helicópteros na Força Aérea, deslocando-os por períodos determinados para o Exército; concentraram as unidades de instrução e de recrutamento.
O CEMD é o único general de quatro estrelas (em Portugal são quatro). Portanto, é possível ter nas FA um produto operacional idêntico ao actual, com metade a dois terços dos efectivos existentes. Se das economias obtidas, metade reverter para os salários dos quadros, estes ficarão naturalmente em melhores circunstâncias que as do presente.
Simplesmente, quer a lei orgânica do Exército de 2006, ao eliminar seis cargos de generais (regiões militares extintas) recriando outras tantas funções na estrutura, quer o que aí vem com o futuro comando operacional conjunto, nada irão adiantar à modernização e economia militar da Defesa.
Tão pouco a rotação do regimento de infantaria nº1 para Tavira, terá outro efeito que não um aumento de encargos (que já está a ter), sem contrapartida operacional relevante.
A política, na Defesa, continua a marcar passo.
* Coronel (R)
Barroca Monteiro*
«É prioritário o reforço da segurança. Então, se calhar é necessário reforçar as despesas de segurança, mas em detrimento das verbas para as forças armadas clássicas» - Eduardo Catroga, no DN (5Out08).
Afirmação resultante de um crescendo de preocupações com a segurança interna, esta como outras, a pretender socorrer-se daquilo que o Estado gasta com as FA (habitual). Quanto à GNR, viu-se reformulada em 2007 com a extinção de três cargos de general, logo recriados noutras funções!
Temos hoje no país quatro dezenas e meia de milhares de agentes nas forças de segurança (PSP e GNR) para quatro dezenas de milhares na Defesa/FA. O OE/MDN estipula para a Defesa o valor de 2.114,7 milhões. Porquê e para quê?
Na reforma da Defesa/FA do Canadá, levada a cabo há anos, concentraram num único edifício o ministério, o chefe do Estado-Maior da Defesa e os comandos dos três ramos; encerraram as academias militares ficando apenas uma; concentraram todos os helicópteros na Força Aérea, deslocando-os por períodos determinados para o Exército; concentraram as unidades de instrução e de recrutamento.
O CEMD é o único general de quatro estrelas (em Portugal são quatro). Portanto, é possível ter nas FA um produto operacional idêntico ao actual, com metade a dois terços dos efectivos existentes. Se das economias obtidas, metade reverter para os salários dos quadros, estes ficarão naturalmente em melhores circunstâncias que as do presente.
Simplesmente, quer a lei orgânica do Exército de 2006, ao eliminar seis cargos de generais (regiões militares extintas) recriando outras tantas funções na estrutura, quer o que aí vem com o futuro comando operacional conjunto, nada irão adiantar à modernização e economia militar da Defesa.
Tão pouco a rotação do regimento de infantaria nº1 para Tavira, terá outro efeito que não um aumento de encargos (que já está a ter), sem contrapartida operacional relevante.
A política, na Defesa, continua a marcar passo.
* Coronel (R)
Comentários