O comboio da direita

Sem maquinista, o comboio da direita saiu dos carris. D.ª Cristas, Nuno Melo e Telmo Correia são incapazes de meter a direita nos carris, quanto mais um comboio em direção a S. Bento. Aproveitam a guerra interna no PSD, cujo grupo parlamentar prefere fazer o funeral ao partido do que aceitar quem derrotou Santana Lopes e Passos Coelho, para ocuparem o palco mediático e fingirem um peso eleitoral que falta ao CDS.

Pode agora dizer-se que a direita portuguesa mais à direita está a tornar-se europeia, não porque os valores civilizacionais a seduzam ou se reveja na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que a Assembleia Constituinte francesa, em 1789, no dia ontem, aprovou, mas porque, à semelhança do que tragicamente aconteceu na década de 30 do século passado, a deriva autoritária e nacionalista grassa na Europa.

Não será por acaso que se repete, com a ajuda do jornalismo que abandonou as notícias para transmitir a opinião da direita truculenta, o ambiente de intimidação e calúnia que precederam as últimas eleições legislativas. A exploração do medo e o embuste são as armas de que dispõe quem não tem programa, ideias ou projeto de governo. É nisso que a D. Cristas e o seu almocreve e provável sucessor, Nuno Melo, são especialistas.

O ruído mediático com um comboio especial, fretado pelo PS, é um não caso explorado até náusea, uma mistura de má fé e mentira que leva os incautos a pensar que, em tanta balbúrdia, não tenha de haver um mínimo de verdade. E não há.

Andaram distraídos, só este ano, durante 774 comboios especiais. Só acordaram com o apito do 775.º.

Basta ler o comunicado da CP.   

Comentários

e-pá! disse…
" O resultado da política de direita na ferrovia nacional está à vista na degradação hoje patente neste sector, consequência da subordinação aos ditames das grandes potências e das multinacionais europeias. A situação que se verifica é de pulverização do sector ferroviário nacional, numa crescente dependência das multinacionais, já consumada no transporte de mercadorias. Entretanto, assiste-se à tentativa e preparação da transferência dos terminais ferroviários de mercadorias e da exploração comercial do transporte de passageiros para o controlo dos grandes grupos económicos transnacionais (sendo que, na exploração, a DB alemã já detém 30% do que está concessionado: Fertagus, Metro do Porto e Metro Sul do Tejo)."

Preâmbulo de um projecto de resolução N.º 1443/XIII (Plano Nacional de Material Circulante Ferroviário) apresentado em Março 2018, pelo PCP, ao Parlamento. O CDS votou contra esta recomendação ao Governo, o que explica (ou não!) muita coisa que está a acontecer...

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