CDS – Escaramuças no táxi

O nome de Manuel Monteiro terá sido esquecido da memória dos portugueses quando o ímpeto reacionário o levou a fundar um partido extremista, depois de falhar a tentativa de levar o CDS, de que fora presidente, para posições ainda mais à direita.

Sucedeu também, há pouco, ao menino guerreiro, Santana Lopes, pelas mesmas razões, para entrar na irrelevância política de que nunca devia ter saído. Pode ser que volte. O PSD e o CDS, ao contrário de Roma, pagam a traidores, desde que venham pela direita.

Manuel Monteiro suicidou-se politicamente, tal como Santana Lopes, e procurou a sua ressurreição ainda com a Dr.ª Assunção Cristas, antes desta entrar em defunção política nas últimas eleições legislativas.

O CDS aceitou o arrependimento do réprobo, havendo mais alegria no Caldas por um arrependido que volta do que por qualquer crente que nunca saiu.

O pior é o ambiente que se respira no exterior do táxi que conduz os cinco deputados à AR. Há quem se demita pelo regresso de quem queria entrar e ter direito, como antigo líder, a tratamento de exceção, como se não tivesse saído, e eventualmente integrar a direção a ser eleita no próximo congresso, em janeiro.

Sem representação própria no Conselho de Estado, onde ficou Lobo Xavier, por convite do PR, o CDS tem dificuldade em posicionar-se. Para ser o VOX português já tem o Chega, para ser neoliberal, puro e duro, deixou chegar a Iniciativa Liberal (IL), e para regressar à matriz conservadora e democrata-cristã, já não tem ninguém. Rui Rio, na sua ação de limpeza, despediu Adriano Moreira.

O CDS é um partido sem deputados, sem ideologia, ética ou passado, e sem vergonha, a única característica que o pode ainda manter à tona.

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