OTELO – Na morte de um herói

Morreu o génio que planeou a mais bela de todas as madrugadas, o comandante militar da Revolução, o homem que converteu em realidade os sonhos dos portugueses.

Ele foi, por mérito e circunstância, o imorredouro maestro da orquestra que tocou o hino da liberdade, o homem de grandeza imensa, na glória e na tristeza do idealismo que não se acalmou, e que deixou na mesa da Pátria.

Na mais bela de todas as Revoluções o homem que havia de escrever o livro comovente “Alvorada em Abril”, não vacilou. É esse o dia que conta na saudade que ora sentimos.

Pôde, num só dia, resgatar todas as noites e o homem assumir as complexas operações que nos conduziram à liberdade.

Podem os oportunistas dizer que é cedo para julgar um herói desta dimensão, como se os heróis não tivessem zonas claras e escuras, grandezas e misérias, e fosse legítimo beliscar a memória de quem escreveu em um só dia a obra de uma vida.

Obrigado, Otelo.


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