PSD – A diabolização da Maçonaria com o Opus Dei a disfarçar
A reboque de uma proposta do PAN, o PSD, talvez por lutas internas, veio defender que todas as associações deveriam ser declaradas, dado que as leis devem ser gerais e abstratas, evitando a discriminação de entidades.
Não sei se pensou nos sindicatos judiciais, certamente mais
influenciadores da conduta dos seus membros do que as associações visadas, Maçonaria
e Opus Dei, ou em outras, desde as associações de diabéticos, alcoólicos
anónimos e jogadores de xadrez a sócios de clubes desportivos, associações de
bombeiros e tantas outras.
Quem conheceu a ditadura, onde o Opus Dei era legal e a
Maçonaria proibida, sabe que é o ataque à liberdade e ao livre-pensamento que,
ao arrepio da CRP, procura cobertura legal. Aliás, o nazismo tinha nos judeus e
maçons inimigos de estimação.
O PSD conhece bem as perseguições a que alguns maçons, que
lhe deram credibilidade, foram sujeitos. Nem o nome honrado do seu
ex-presidente Emídio Guerreiro demoveu o partido de se juntar aos inimigos da
liberdade.
Os deputados proponentes sabem que, ainda que seja declarada
a inconstitucionalidade da lei, fica o labéu contra a associação de
livres-pensadores e permanecerá incólume a prelatura pessoal de João Paulo II,
espécie de al Qaeda sem bombas, da Igreja católica.
A maçonaria é agredida por ter organizado a Revolução
Liberal, o 31 de Janeiro, o 5 de Outubro e ser uma vanguarda na defesa dos
direitos humanos em sucessivos momentos históricos.
É evidente que o nome do Opus Dei só consta para encobrir o
ódio ao livre-pensamento, uma homenagem serôdia a Pio IX e à sua encíclica
«Syllabus errorum», um catálogo de condenações, desde o panteísmo ao
naturalismo, do racionalismo ao socialismo, sem ter esquecido o comunismo, a
maçonaria e o judaísmo.
Sem coragem para condenar os grandes nomes da maçonaria que,
desde a Revolução Liberal até hoje, se distinguiram na defesa da liberdade, o
PSD preferiu juntar-se aos que desde o Estado Novo destilam ódio contra uma
associação cívica cujo pluralismo divide o voto dos seus membros por todos os
partidos democráticos.
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