O regresso do nazi/fascismo

Quatro décadas depois de derrubada a ditadura, os fascistas começaram a surgir de mansinho, perante a indiferença de quem julgava sólida e perene a democracia, para irromperem depois com a arrogância do tempo em que a Pide e a censura os protegiam.

A entrada na AR do primeiro deputado fascista, com a multiplicação na legislatura seguinte, deu origem a uma explosão de xenofobia, ódio e intolerância com guarida nos media e a saída do armário dos que se sentiam inibidos com a vergonha.

Há pasquins para quem a Constituição, a ética e a decência já não contam. O nazismo na sua apoteose surge a cores e em letras garrafais nas capas e nas páginas onde os esgotos correm a céu aberto.

A capa do I que ora publico é a mais abjeta manifestação de apelo ao ódio e à irracionalidade que já apareceu na imprensa escrita em democracia.

Com a repulsa que merece, deixo aqui a minha solidariedade ao PCP e os melhores votos de sucesso para a Festa do Avante, o maior evento cultural promovido por um partido político.

Abraço os artistas que participam no evento e na minha solidariedade envolvo os comunistas.

Sei que os militantes do PCP, que não se deixaram tolher pelo medo durante a ditadura, não se intimidarão com a provocação de um jornal abjeto depois das campanhas negras a que têm estado sujeitos.

Não permitiremos aos nazis portugueses que façam hoje aos comunistas o que os homólogos europeus fizeram aos judeus encarcerados em campos de concentração, marcados com dois triângulos amarelos sobrepostos formando uma estrela de David.

Ninguém merece a liberdade se não defender a dos outros.


Comentários

acvmoz disse…
Todos não seremos demais para derrotar essa corja fascista e não deixar que se fechem as portas que Abril abriu. Um abraço para si.
Álvaro Carmo Vaz
A. Cabral disse…
Eu tinha quase 25 anos recebi o 25 de Abril com o entusiasmo louco de quem percebia que viver em liberdade era nunca mais temer falar a verdade na frente dos que pareciam amigos enchiam a boca com Deus mas com o diabo no coração, que rapidamente tratavam de nos enfiar um punhal pelas costas quando se discordava da fome que se vivia em Portugal, enfim, nunca pensei viver o suficiente para descaradamente ver ressuscitar a politica assassina do fascismo que sacrificou tantas vidas só porque em Portugal havia muitos amantes de um Portugal em paz com oportunidades para todos em liberdade que me deu a possibilidade de ainda hoje poder fazer este comentário sem medo das garras assassinas da PIDE. 25 de Abril sempre. A. Cabral
Monteiro disse…
Os fascistas não são pessoas em abstracto. Eles são os donos da riqueza. A Social-Democracia só existe para actos de gestão correntes e a isso chamam Liberdade com que vão distraindo e enganando os incautos e os bem intencionados.

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