Carta aberta de um pensionista ao senhor primeiro-ministro

 Senhor Dr. Luís Montenegro, Excelência:

O signatário, pensionista, após 44 anos de trabalho e descontos, não terá um suplemento até 200 euros em outubro, por ter pensão superior, mas não deixa de congratular-se pela generosidade de V. Ex.ª que, ao arrepio da tradição do seu partido, parece querer agora reconciliar-se com a “peste grisalha” detestada por um companheiro seu.

Vale mais tarde do que nunca, mas, atendendo aos sinais que tem dando na Saúde, temo que entregue a Segurança Social a privados, depois de dispor dela para fins eleitorais e chantagem ao PS, para lhe aprovar o 1.º orçamento da sua lavra.

Não venho reivindicar nada, só quero que me mantenha atualizada a pensão nos termos legais, o que julguei perdido quando V. Ex.ª defendia na AR o governo que me espoliou.

Não me queixo do que quer que seja. Não sofro de Burnout nem pretendo subsídio de risco, apesar de poucas situações terem tão elevado risco de vida como a de pensionista. Nem mesmo na guerra se morre tanto.

Não quero a revalorização da carreira de pensionista, nem respeito, nem qualquer outra coisa, só lhe peço que me mantenha a pensão atualizada.

Já agora, peço-lhe que diga ao desmiolado ministro da Defesa que teve de suportar que não me chame herói do ultramar e me considere vítima da guerra colonial como a todos os que a ditadura fascista mobilizou para as forças de ocupação em países africanos.

Não tendo de me agradecer o cargo, porque o deve ao PR e à PGR, só lhe peço que não me engane, como fez na campanha eleitoral para igualar o PS em número de deputados.

Desejando-lhe longa vida para gozar a casinha de Espinho, que rivaliza com a vivenda Gaivota Azul do seu ideólogo Cavaco Silva, na Praia da Coelha, subscrevo-me,

Atento, não venerador, nem agradecido,

a) ce

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