Marcelo & Montenegro, Lda e a evolução semântica

Com o país a melhorar a olhos vistos e a medíocre participação nos Jogos olímpicos a ser exaltada de Belém a S. Bento como a melhor de sempre, nota-se uma reconfortante evolução semântica.

O caos dos hospitais transformou-se em constrangimentos, o pânico dos incêndios em medo e a incompetência governamental em responsabilidade do anterior governo.

Esgotada a folga orçamental nas reivindicações satisfeitas, sem uma visão de conjunto, já se previnem os trabalhadores da função pública de que não há folga orçamental para reparar as injustiças relativas que se acentuaram.

Vale-nos a ansiedade criada pelos humores de Marcelo para a promulgação de diplomas do Governo que se transformou no que sempre devia ter sido, o exercício de um poder corriqueiro, sem exibições dos humores e de um poder que manifestamente não tem.

A máquina de propaganda do Governo, ansioso de novas eleições, antes de assimilada a sua incompetência, não o salvará do julgamento das expetativas cridas e das mentiras da campanha eleitoral, incluindo o crescimento económico prometido e impossível.

O aparecimento de Marcelo, perante os problemas agravados no SNS, a tentar salvar a imagem de Montenegro, de tão canhestra, levou-a a dizer que ajudava o Governo como tinha ajudado o anterior, que derrubou com a dissolução da AR.

Não é a mentira de um criativo construtor de cenários que incomoda, é a repetição pela comunicação social.

Marques Mendes, alter ego de Marcelo e vuvuzela da direita, disse na última homilia no altar da SIC que o PR foi “coerente”, “se o presidente andou com Costa ao colo (sic) … e pediu um pacto de regime, que é como quem diz, a capitulação do PS para ter êxito o golpe urdido em Belém com a PGR, golpe que levou à atual situação de um presidente, um governo e uma maioria impreparada para governar. A desfaçatez não paga imposto!

Com o PR em Monte Gordo, Montenegro em Belém onde parece não fazer falta e Costa longe onde ambos o querem, valem-nos a evolução semântica e as guerras para desviar as atenções.


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