A agitação social regressa em força

Parece claro que o último governo de António Costa, depois de ter contas equilibradas e ampla folga orçamental se preparava para corrigir injustiças e melhorar as condições da função pública no resto da legislatura, ameaçando o futuro do PSD.

Marcelo, pressentindo o perigo, começou por acolher o parágrafo da PGR para levar à demissão de António Costa e dissolver depois a AR para alterar a correlação de forças partidárias e proporcionar uma auspiciosa oportunidade ao seu partido.

O PR, desgastando o Governo, promulgou um subsídio à PJ, com o ruidoso “promulgo, e agora tem de fazer o mesmo às outras polícias”. Considerando igual o que é diferente, incitou à insurreição de todas as outras forças de segurança.

Quando os polícias cercaram o Capitólio para onde se dirigiam os líderes do PS e PSD, perante o repúdio de Pedro Nuno Santos e o amistoso gesto de Luís Montenegro, o PR remeteu-se ao silêncio. E manteve o silêncio na contestação junto à AR em que puseram em causa o regular funcionamento das instituições já com o atual governo. Quem falava e fala todos os dias, e muitas vezes, conseguiu ser pior nos silêncios.

Era natural que todas as polícias, depois do estímulo presidencial, quisessem ser iguais à PJ onde não há polícias de giro nem a fazer segurança em discotecas nas horas vagas, e cuja admissão e desempenho têm outras exigências.

Os guardas prisionais querem ser iguais, e também os bombeiros que têm mais petardos e sabem romper cordões policiais. Finalmente, S. Ex.ª o PR já admoestou estes, antes de usarem mais petardos.

O pior é que os funcionários à paisana já começaram a ver que ganham menos do que os fardados e os que já estavam satisfeitos sentem que deviam ter ido para polícias e os que se atrasaram a reclamar estão a sentir-se frustrados e temem receber migalhas.

É a vida!

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