XXIV Governo Constitucional #montenegronaomarcelonunca

Um governo impreparado pode esconder durante algum tempo a sua incapacidade, mas não resistirá ao implacável escrutínio dos factos.

Foi fácil esconder e apagar imagens de um ministro irascível a desrespeitar os militares, e foi impossível ao ministro da Propaganda evitar as consequências de associar o álcool e os acidentes ferroviários aos maquinistas, sem quaisquer evidências e sendo falso.

Com estes dois ministros capazes, mas atitudes infelizes, a juntarem-se às incapazes da Adm. Interna e da Saúde, e ao lastimável ministro da Defesa, único irrevogável, e após tantas substituições fracassadas em altos cargos da administração pública, Montenegro perdeu a aura do fazedor que se imaginou.

Oito meses decorridos, e ainda em campanha eleitoral depois da aprovação do OE/2025, já cansa a atribuição de culpas a quem lhe deixou uma folga orçamental que permitiu as primeiras vitórias no apaziguamento das reivindicações mais antigas na função pública. Só não contou com os demónios que soltou nas injustiças relativas que a falta de visão de conjunto provocou. Apagou fogos sem prever os que, na sua inexperiência, ateou.

A curto prazo vai sentir que foram de pouca dura as vitórias no campo laboral e que não pode continuar a viver de promessas, propaganda e acusações ao anterior governo. E há de arrepender-se da grosseria para os altos quadros que despede, Presidente do CCB, Provedora da Misericórdia de Lisboa, etc.

A fracassar na saúde, na educação e em todos os setores que dizia resolver rapidamente, falta-lhe discernimento para interpretar os factos e acertar em números.

Pode gozar do apoio no desmantelamento do Estado e transferência de recursos públicos para os privados, durante algum tempo, mas há de acabar por perceber que as cedências terão um preço elevado para si próprio e para o país.

Montenegro não percebeu a curta duração dos governos da direita, depois de Cavaco. O único êxito do seu será em futuros lugares de administração nas empresas que privatiza.


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