A queda de Bagdad
Já não há guerras como antigamente. Há sempre quem as faça por nós, quem morra ao serviço da tribo, do Deus que herdou ou do país a que um império traçou as fronteiras no estirador de um gabinete colonial.
Com a Rússia desgastada na guerra da Ucrânia e o Irão acossado por Israel, a estrada de Damasco encontrou novos apóstolos, agora da democracia, nos onze dias que abalaram a Síria.
Nasceu mais uma democracia nos escombros da ditadura laica onde germinou, «graças a Deus» a democracia teocrática. Deus é grande, se o Diabo não estiver adormecido.
A vitória da Turquia na Síria é a vitória da democracia. O artífice da vitória, que vale 10 milhões de dólares, é um talibã de barba aparada para entrar no Eixo do Bem, e o seu exército, com armas novinhas a luzir, levou a Damasco a esperança para milhões de sírios exilados. A primavera chegou no outono até à mesquita de Bagdad. O carniceiro fugiu, deixando uma bela coleção de automóveis, e a ditadura laica abriu caminho para a democracia teocrática.
O talibã passou a rebelde e a Al-Qaeda, agora exército de libertação apoiado pelo país da Nato, Turquia, é garante da unidade nacional onde Israel já ocupou o primeiro naco.
Enquanto a sharia não chega espera-se que os curdos, até hoje protegidos por outro país da Nato, EUA, possam manter-se em paz e os cristãos consigam orar na Síria.
Graças a Deus, sou ateu.
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