O 13 de maio, a Universidade de Coimbra e outras minudências

O 13 de maio, a Universidade de Coimbra e outras minudências

Depois da bem-sucedida experiência do grande feiticeiro Marcelo e da ajudante Lucília Gago no laboratório alquímico de Belém, em 7 de novembro de 2023, o nefando ensaio conduziu ao XXIV Governo Constitucional.

Conhecem-se as sucessivas tropelias do alquimista para aí chegar e as peripécias que as acompanharam até ao fim do prazo do governo caído por problemas éticos do seu líder e por vontade do próprio. E é aqui que Montenegro mostra ser um ilusionista que supera o mestre que o levou ao poder.

Hoje, enquanto a cera que arde em Fátimae e é recolhida para novas velas e promessas, Montenegro continua a receber avenças em nome dos filhos e transforma a Spinumviva em instrumento da campanha eleitoral.

O dono, agora afastado da gerência por motivos óbvios, depois dos mergulhos no mar de Espinho e dos duetos com Tony Carreira, mandou a mulher à peregrinação a Fátima, onde foi ao caminho filmar um beijo, e levou o atual gerente nominal a Vila Real para fazer de um aborto governamental, a ministra da Saúde, uma estrela, e da Spinumviva, ativo tóxico, uma pepita de ouro eleitoral.

Entretanto, o pai da instabilidade, interrompe a campanha insidiosa a favor do filho que gerou, o líder do XXIV Governo, e, em vez de ter ido a Fátima onde ia pedir à Virgem o esquecimento das gémeas e das suas tropelias, vai a Coimbra numa viagem organizada para se mostrar, com datas e protagonistas bem engendrados.

Marcelo é a vedeta do Doutoramento Honoris Causa do Rei de Espanha e do Presidente da República de Itália, este na Faculdade de Economia. É simbólica a data, 13 de maio, e, sobretudo, a Universidade que tem Padroeira, a Imaculada Conceição, um resquício beato na República laica; para o rei, indicou a Faculdade de Direito, que criou Salazar e manteve a Francisco Franco o título de doutor “honoris causa” mesmo depois de lhe ser retirado igual título, por unanimidade, pela Universidade de Santiago de Compostela e da solicitação desta para igual procedimento em Coimbra.

Não há coincidências! O rei, o PR italiano e o próprio Marcelo são figuras secundárias do poder que vivem da exposição mediática. O doutoramento do rei é assaz curioso, é o segundo dos três últimos chefes de Estado espanhol a ser doutorado em Coimbra. Só o pai, talvez pelos excessos libidinosos e pela conduta venal, se livrou da honraria, o que não o impediu, pela via uterina, de transmitir a coroa que Franco ressuscitou para ele.

Marcelo, o Padrinho designado na liturgia como Apresentante, acaba por ser a vedeta da cerimónia pífia que distrai e esconde a sua política crapulosa num dia 13 de maio que o beato monárquico escolheu, na Universidade que quis, para perpetuar a memória do rei, de Francisco Franco Bahamonde e a própria.

Sic transit gloria mundi…

Algures, longe da Cova da Iria, aos treze de maio do Ano da Graça de dois mil e vinte cinco lavrou a presente ata,  

O escriba,

a) assinatura ilegível

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