O crime compensa. Obrigado, Marcelo. Consummatum est…

Só quero recordar como chegámos aqui:

Após o golpe de Estado urdido em 7 de novembro de 2023 no Palácio de Belém, entre Marcelo e Lucília Gago, o PR dissolveu mais uma vez a AR, onde havia uma maioria absoluta, para alterar a correlação de forças que tinha esvaziado os seus poderes:

Esquerda: PS – 120; BE – 5; PCP – 6; L – 1; PAN – 1 = 133 deputados.

Direita: PSD+CDS – 77; IL – 8; CH – 12 = 97 deputados.

Na véspera das eleições de 2024 fez uma insólita comunicação ao País para favorecer o voto na coligação do PSD com o defunto CDS que deu um empate entre PSD e PS.

Depois o maestro passou a ser o hábil homem de negócio de Espinho, o Trump lusitano, a dirigir a orquestra. Provocou novas eleições, as que nos trouxeram ao dia de hoje.

Marcelo reincidiu ontem numa mensagem chantagista, no dia que lhe exigia silêncio e decência, para propaganda eleitoral a favor do PSD. Foi mais um ultraje à Constituição, para deixar os partidos da madraça cavaquista (PSD, Chega e IL) a vingarem-se do 25 de Abril e a reabilitarem o regime que o pai serviu.

Em eleições sucessivas, com golpes que a democracia não merecia, Marcelo substituiu Rui Rio por Montenegro e alterou o espetro partidário do país onde ele, Montenegro, Aguiar Branco e Miguel Albuquerque são os rostos da decadência ética do regime.

É preciso topete para invocar a necessidade da estabilidade que ele próprio destruiu e ir à missa no Vaticano, no dia das eleições, à custa do País, pedir ao seu Deus perdão das maldades que são o traço dominante do seu carácter. Ou da falta dele.


Comentários

JA disse…
Gostava de estar de acordo consigo, mas não posso. A sua análise é muito "poucochinha", como diria "o outro", talvez o maior responsável do descalabro a que assistimos nesta noite de contagem de votos. Para lá das responsabilidades do PR, a mim, enquanto homem de esquerda, interessa-me muito mais perceber os erros do campo político em que me julgo. Sem provas em contrário, dou como certo que António Costa (AC) nada teve a ver, nada sabia do célebre parágrafo do comunicado da Procuradora Geral da República, mas o certo é que, como decorrência do facto, ocupa alto cargo na UE sem que tenha sido eleito directamente pelo povo europeu: no mínimo, o comunicado foi muito oportuno para os desejos de AC! Aliás, AC até afirmou altivamente o seu alheamento das eleições em Portugal, com o argumento estafado e falso de que não deveria interferir no pleito eleitoral de qualquer Estado membro! Dito isto, parece-me medianamente claro que AC conduziu a sua acção política como primeiro-ministro, com o claro objectivo de chegar a essa meta! Facto em que nem é pioneiro, pois o mesmo já aconteceu com Durão Barroso. Ou seja, a nossa classe política há muito que passou a trabalhar internamente com o único objectivo de se alcandorar aos cobiçados lugares de direcção da UE: aí é que está o poder imediato, que o verdadeiro estará do outro lado do Atlântico, sendo que isto, além do mais, será defraudar os princípios fundadores da UE. Chamo em socorro do argumento tudo o que se conhece da guerra na Ucrânia e na Palestina. Acontece que a guerra na Ucrânia tem vindo a degradar as condições de vida do povo europeu, mesmo que tentem esconder a realidade do conflito (sabe-se que há dias dois aviões portugueses em missão no Báltico terão estado num enfrentamento com avião russo, sem que a comunicação social tenha feito eco do facto, que poderia ter sido muito grave para o país), e será isso que está a garantir a subida da extrema-direita.
É meu entendimento que o ónus do apoio à guerra, pela estupidez das posições assumidas, recai muito mais sobre o PS e outra esquerda - com excepção do PCP - do que sobre a direita que sabiamente, sendo mais interessada, tem sido muito mais discreta nesse apoio. Quanto ao genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza teve como efeito expor de modo cru a falta de probidade e humanismo desses mesmos dirigentes.

O PR representa a minoria dos Portugueses e a maioria dos votantes, desta forma nem sequer representa Portugal (a maioria).

O crime mostrou-se compensatório, pois em tempos passados, mostraram isso com uma DL, exemplo em 30-04-2021, onde tais palavras vão contra tratados internacionais e outras leis:
Artigo 8º
2b) Acesso a medicamentos, designadamente os experimentais, utilizados no âmbito da pandemia e da continuidade dos ensaios clínicos.

Fonte:
https://dre.pt/dre/detalhe/resolucao-conselho-ministros/45-c-2021-162570903

Com uma agenda de forma a reduzir a população e com interesses privados, a UE censurou vários documentos e SMS's, continuando a apoiar o extermínio, outro exemplo:

"13. Congratula-se, em particular, com a proibição de qualquer transferência no caso de o Estado ter conhecimento, no momento da autorização, de que as armas serão utilizadas para cometer atos de genocídio, crimes contra a humanidade ou crimes de guerra;"

Fonte:
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52014IP0081

Sendo usada a publicidade de que "É para o bem de todos".

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